A Fifa deu a Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, uma espécie de “Iso 9001” do futebol, ao colocá-lo como membro do conselho permanente da entidade, como resposta à sua gestão transparente, competente e de muita qualidade. Em dois anos de trabalho, a CBF não teve nenhum escândalo, nenhum caso de corrupção, nada que pudesse desabonar a conduta do atual presidente. Isso é obrigação de todo cartola e, quando assumiu, uma das promessas de Ednaldo foi a de tornar a CBF a casa do futebol, transparente, de qualidade, aberta a todos os segmentos da sociedade. Ex-jogadores, jogadores, técnicos, dirigentes, imprensa, enfim, percebemos que a CBF está aberta a todos, inclusive acolhendo sugestões que possam engrandecer o futebol brasileiro. Não entro aqui no mérito de quem errou ou quem acertou. O passado já foi, o negócio é pensar pra frente, principalmente no maior patrimônio esportivo do povo brasileiro, que é a Seleção Brasileira, que anda tão distante da torcida.

Uma das preocupações do atual presidente é acabar com essa distância. Ele quer seleção e povo irmanados, como era no passado, com aquela cumplicidade. É sabido que os fracassos das últimas Copas e aqueles 7 a 1, impostos pela Alemanha, em nossa casa, na Copa do Mundo de 2014 – o maior vexame do esporte mundial –, deixaram a torcida magoada e desanimada, porém, nada que uma boa safra não possa recuperar. Endrick, Vini Júnior, Rodrygo e outros menos votados são as nossas esperanças para 2026. Aliás, os Estados Unidos irão sediar competições importantes a partir do ano que vem: Copa América em 2024, Mundial de Clubes em 2025, Copa do Mundo, em 2026, junto com México e Canadá, e Olimpíada de 2028. Existe ainda a possibilidade de a final de Libertadores do ano que vem ser disputada na Terra do Tio Sam.



Com a prerrogativa de quem cobre a Seleção há 40 anos, rodando esse mundo de Deus, sempre fui entusiasta da camisa amarela. Mesmo discordando de técnicos e convocações, sou mais Brasil, mas ultimamente está mesmo difícil torcer pelo nosso escrete. Jogadores preocupados com dancinhas, com cabelos pintados, brincos e outros acessórios têm colocado o futebol em segundo plano e isso desmotiva qualquer um. Tivemos um treinador que ficou seis anos no cargo, viajou em primeira classe, ficou em hotéis 6 estrelas, tomou champagne, comeu caviar e deixou terra arrasada. Fomos eliminados nas duas últimas Copas por seleções de segunda linha do futebol mundial: Bélgica e Croácia. E a empáfia dele e seu “titês” eram insuportáveis. Felizmente esse cara é passado, e existe uma grande possibilidade de Carlo Ancelotti assumir o nosso time. Não será garantia de taças, mas que ele é um dos melhores técnicos do mundo e tem o apoio popular não há dúvida. O povo gosta dele e esse pode ser um elo para reaproximar o torcedor do escrete canarinho.

Uma casa bem gerida, com transparência e qualidade, é tudo o que desejávamos, e Ednaldo Rodrigues tem sido isso. Pouco fala, não gosta de aparecer, mas trabalha contra o racismo, contra o preconceito e a favor das minorias. Como ele mesmo disse, “negro que sou, sinto na pele o racismo, desde que eu era criança”. Essa luta não é só do presidente da CBF e de Vini Júnior. Essa luta é de todos nós, independentemente da cor, raça ou credo. Combater esse crime hediondo chamado racismo é nossa obrigação. Cadeia aos racistas. Denunciem toda vez que houver um crime desses. Ednaldo tem o meu apoio, justamente pelo belíssimo trabalho que vem fazendo. Entretanto, ele sabe que a conquista de um Mundial irá consolidar sua trajetória no cargo. Ele trabalha para isso, tanto que está bancando Ancelotti, desde agosto passado.

Enfim, a CBF respira novos ares, a Fifa e a Conmebol têm endossado o trabalho, e Ednaldo, com a caneta na mão e austeridade, vai dando credibilidade a entidade que gere o nosso futebol. Eu espero que a Liga dos clubes seja criada e que a CBF cuide única e exclusivamente da Seleção Brasileira. É assim em todo o mundo e o Brasil precisa se modernizar. Cuidando somente do nosso maior patrimônio, Ednaldo terá mais tempo para fazer ainda melhor, pois está no caminho certo, conforme prometeu em sua posse. Saiba, caro Ednaldo, que o elogio e a crítica nessa coluna são do mesmo tamanho, na mesma medida. Espero que o senhor continue esse trabalho de resgate, de credibilidade, de modernidade. Ainda somos os únicos pentacampeões mundiais, e espero que não percamos esse status. Aliás, o povo espera mesmo é a sexta estrela no peito. A Copa do Mundo de 2026 é “logo ali”.

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