A série “Adolescência” no streaming está despertando a atenção de cada vez mais pessoas e famílias ao discutir a violência, o bullying, a cultura da internet e o machismo, atraindo, até mesmo, aqueles menos adeptos a esse tipo de programação, em decorrência da pauta polêmica e interessante.

Um dos grandes destaques do projeto está na cultura incel, palavra ainda pouco conhecida por grande parte da população. O termo tem origem nos Anos 90, sendo uma abreviação para “celibatários involuntários”, ou seja, uma referência a indivíduos que se descrevem como incapazes de terem um relacionamento ou uma vida sexual, apesar de desejarem viver essa situação.

A questão está no fato de os incels culparem as mulheres abertamente pelos seus fracassos sexuais. As reclamações são encontradas na internet, espalhadas pelas diversas redes sociais, sobretudo o Reddit e o 4Chan. As queixas apresentam um tom violento, acusando-as de interesseiras, oportunistas, promíscuas e manipuladoras, estando preocupadas apenas com o dinheiro e a aparência.

Infelizmente, as redes sociais contribuem ainda mais para a disseminação dessa situação, começando em um site específico, focado em pessoas solitárias e, depois, se espalhando para outros, cujo conteúdo é criado por homens. A narrativa compartilha experiências, dificuldades de se estabelecer relacionamentos, mensagens de autopiedade e ressentimento - sobretudo, entre aqueles que se encontram felizes em uma relação - em diferentes níveis por acreditarem ser vítimas delas por negarem direito ao sexo.

As redes sociais também possibilitaram a produção da série “Adolescência”, explorando os fóruns e pequenos sites, apresentando detalhes sutis desse ódio para entender os pensamentos, motivações e os crimes cometidos e que influenciaram outras pessoas a praticarem os mesmos atos.

A violência é demonstrada, desde o início da produção, quando o jovem é preso, suspeito de assassinar uma colega de escola, posteriormente, sendo descoberto que ela praticava bullying com ele, chamando-o de incel, assim como outros companheiros de classe. A negação foi forte demais para o mesmo, culminando em uma ação irreversível, representando um grave problema de saúde mental que, lamentavelmente, está cada vez mais presente no cotidiano, mas deve ser controlado.

Os jovens costumam estar com a mente em frangalhos, procurando justificativas para tamanha sensação de rejeição e não pertencimento, buscando evidências de confirmação de suas emoções para se sentir melhores, porém colocando vidas em risco de mulheres que, muitas vezes, sequer têm culpa da falta de atração e não retribuição do interesse.

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