Nos tempos em que as mulheres resolviam rejuvenescer através da cirurgia plástica e seu bisturi, tentei uma vez com dois médicos amigos: meu primo Ruy Vianna e meu amigo Fernando Rodrigues. A operação começou de manhã e acabou no meio da tarde – os dois recebiam refrescos para enfrentar o demorado trabalho. 

Atualmente, esse tipo de rejuvenescimento dura pouco tempo. Fez estrelas no Brasil, vinham até clientes de outros países aproveitar as técnicas brasileiras. Os tempos passaram e a história de verão ou inverno ser apropriado (ou não) para o rejuvenescimento já não conta mais. 



Apesar de muita gente planejar cirurgias no inverno, a proximidade do verão aumenta a procura pela lipoaspiração, procedimento que evoluiu e já não se baseia apenas na retirada de gordura localizada, mas na aspiração de pontos estratégicos para evidenciar o “tanquinho”. 

A lipo figura como o procedimento cirúrgico mais realizado em todo o mundo, informa a International Society of Plastic Surgery. 

“A lipoaspiração consiste, basicamente, na coleta do excesso de gordura localizada através de uma cânula acoplada a um dispositivo de aspiração. A aspiração da gordura pode ser realizada no abdômen, dorso, braços e pernas”, explica o médico Luiz Carlos Carvalho, membro da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (Baps). 

Graças aos avanços tecnológicos, a lipoaspiração não é mais o procedimento extremamente invasivo que muitos imaginam, pois mudou a maneira como a gordura é manipulada. “Na lipoaspiração ultrassônica, um dispositivo emite ondas de vibração que emulsificam a gordura, mas preservam os tecidos próximos e diminuem a perda sanguínea”, destaca Luiz Carlos Carvalho. 

Técnicas e tecnologias combinadas possibilitam a adoção de inúmeros protocolos. “Uma queixa que frequentemente ouvimos é a flacidez da pele. Uma das opções de tratamento é a realização de jato de plasma após o término da lipoaspiração. O aparelho promove a reorganização das fibras de colágeno por meio do aquecimento e resfriamento controlado dos tecidos”, explica o especialista. 

A evolução mais recente da lipo é a técnica Ugraft. Com ajuda da lipoenxertia na camada muscular, ela possibilita o aumento seletivo e customizado dos compartimentos musculares do abdômen, diminuindo a necessidade da lipoaspiração superficial e, consequentemente, irregularidades, fibroses e alterações na pele. O procedimento pode ser feito nos músculos deltoides (ombro), peitorais, bíceps e tríceps. 

“Com essa técnica, áreas musculares antes inacessíveis agora podem ter melhor definição. E até mesmo pacientes que não têm musculatura muito desenvolvida conseguem resultado estético mais natural”, informa o doutor Luiz Carlos Carvalho. 

Por mais que os avanços tenham garantido maior segurança e eficiência à lipoaspiração, é fundamental que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico experiente e devidamente certificado para evitar complicações. 

“Para evitar colocar a saúde em risco, uma boa dica é verificar se o profissional conta com RQE, o Registro de Qualificação de Especialidade”, aconselha Carvalho. Também vale a pena pesquisar as redes sociais do médico, avaliar sua postura e posicionamento, aprimoramentos, atualizações e cursos, além da experiência de ex-pacientes.

compartilhe