A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (26/9), uma nova orientação para a semaglutida, comercialmente vendida com o nome de Wegovy. O tratamento para sobrepeso e obesidade agora também é indicado para uso em crianças e adolescentes a partir de 12 anos, aliado a um plano alimentar com redução calórica e aumento da prática de atividade física. Apesar da aprovação, o remédio ainda não está disponível nas farmácias do país. Inicialmente prevista para iniciar no segundo semestre deste ano

O fármaco tem como princípio ativo a semaglutida - mesma substância presente no Ozempic, medicamento também da Novo Nordisk, mas destinado ao tratamento de diabetes tipo 2. A segurança e eficácia de semaglutina como tratamento para crianças e adolescentes com obesidade são apoiadas por dados do estudo Step Teens.





Nos ensaios, 201 adolescentes receberam o medicamento ou placebo uma vez por semana durante 68 semanas, além de intervenção no estilo de vida, para comparar eficácia, segurança e tolerabilidade. O Wegovy foi superior ao placebo, com alteração percentual média no IMC na semana 68 e diminuição de 16,1%, versos aumento de 0,6%. Além disso, 77% dos pacientes que tomaram semaglutida  tiveram uma redução do IMC maior ou igual a 5%, em comparação com 20% dos que tomaram placebo.

O farmaco já é comercializado nos Estados Unidos desde 2021, com resultados consistentes e animadores entre os pacientes. No Brasil, o tratamento foi aprovado pela Anvisa em janeiro de 2023 para adultos. 

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Obesidade infantil 

obesidade é uma doença que pode começar na infância ou adolescência, e até 90% dos adolescentes com obesidade podem continuar convivendo com a doença na idade adulta. Esses pacientes também correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde graves relacionados com o peso e, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2023, o Brasil terá 7,7 milhões de crianças com obesidade até 2030. 

A obesidade é uma doença crônica, progressiva e multifatorial que requer tratamento a longo prazo. Está associada a diminuição da expectativa de vida e a dezenas de complicações graves de saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, apneia obstrutiva do sono, doença hepática gordurosa não alcoólica e certos tipos de câncer. O aumento global da prevalência da obesidade é um problema de saúde pública que tem graves implicações nos custos dos sistemas de saúde.

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