De acordo com o último Boletim Infogripe, publicado pela FioCruz, no dia 12/01, entre 11/12/22 e 07/01/23, 59% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 0 a 4 anos de idade foram causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Os maiores registros estão em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima. 





A médica Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério, pediatra do Hospital Vila da Serra, explica que "a maioria das crianças é infectada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) no primeiro ano de vida e estima-se que de 90 a 100% sejam expostas até os 2 anos".

A grande preocupação, conforme a pediatra, está no fato do vírus sincicial respiratório ser a causa mais comum de infecção do sistema respiratório em crianças menores de 2 anos, podendo levar a quadros graves de bronquiolite e pneumonia. "Entre os pacientes de maior risco estão os lactentes com menos de seis meses de idade, prematuros com doença pulmonar crônica e cardiopatas".

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Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério destaca que os sinais e sintomas variam de acordo com o estágio da doença e sua gravidade: "Inicialmente, a criança pode apresentar febre, tosse, congestão nasal e otite média. Mas, rapidamente, o quadro pode evoluir com esforço respiratório, aumento da frequência respiratória, prostração e queda da oxigenação com necessidade de internação hospitalar até mesmo em centro de terapia intensiva."




Qual é a prevenção? E tem vacina?

Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério, pediatra do Hospital Vila da Serra, diz que não há vacinas disponíveis contra o VSR, mas existe o palivizumabe, um anticorpo monoclonal que induz imunização passiva

(foto: Arquivo Pessoal)
A médica pediatra enfatiza que várias atitudes devem ser tomadas como prevenção: lavagem frequente das mãos, evitar ambientes fechados e aglomeração de pessoas, evitar contato com pessoas que apresentam sintomas respiratórios, incentivo ao aleitamento materno, isolamento do paciente com diagnóstico confirmado e a  limpeza de superfícies expostas a secreções infecciosas.

Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério avisa que não há vacinas disponíveis contra o vírus, porém, no período que antecede a sazonalidade do vírus existe um importante instrumento de prevenção para bebês de risco, o palivizumabe: "Ele é um anticorpo monoclonal que induz imunização passiva e sua prescrição está restrita a um grupo de maior risco para infecção grave pelo VSR".

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O VSR é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Apesar de ainda não existir vacina contra a doença, vale destacar que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2013, o o  palivizumabe – indicado especialmente para bebês prematuros extremos, aqueles com cardiopatia congênita ou doença pulmonar crônica, casos em que a infecção costuma ser mais grave.

A pediatra avisa que os critérios de inclusão para o uso do palivizumabe são definidos segundo a Portaria do Ministério da Saúde: "É levado em consideração, principalmente, a idade gestacional, faixa etária, presença de doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica”.

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