De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas convivem com algum tipo de transtorno mental no mundo. Entre os mais comuns, podemos destacar a depressão e a ansiedade, mas são muitas as doenças que podem afetar a mente dos seres humanos, entre elas, a somatização, que segundo Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG Residência Terapêutica, é a tendência em atribuir problemas da mente, por meio de pensamentos e do estado emocional, à doenças e dores físicas.





Uma situação comum de uma pessoa que somatiza é procurar médicos para alguma dor que esteja sentindo. Com a realização de exames, no entanto, o profissional vê que não existe nenhuma doença física. Mas aquela dor ainda está lá e o paciente passa a ficar confuso e até mesmo ouvir que "isso é coisa da sua cabeça"'. E realmente é, o que não torna o problema menos grave.

Corpo responde aos conflitos mentais

“Um exemplo muito claro do que é a somatização é a alteração do ritmo cardíaco por conta da ansiedade, falta de ar, dores de cabeça, nos ombros e nas costas, entre outros sintomas, ou seja, é como se o corpo estivesse respondendo os conflitos mentais'', explica o psiquiatra.
 
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Ainda segundo Ariel Lipman, o transtorno de somatização está cada vez mais presente no dia a dia, já que vivemos em um mundo em que cada vez mais as pessoas estão ansiosas, preocupadas, com medo e deprimidas. "Uma coisa pode levar a outra, mas é sempre importante procurar um especialista tanto para cuidar da saúde mental, quanto para descartar que a dor ou doença sejam de origem patológicas.” 

Os sintomas físicos

O corpo e mente caminham lado a lado e quando algo está desequilibrado, sintomas físicos aparecem. “A somatização pode gerar, entre outras questões , problemas articulares, sensação de enrijecimento, queda de imunidade, insônia, zumbidos, enjoos e problemas digestivos e até surgimento de doenças dermatológicas”, explica o médico.
 
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Como evitar a somatização?

Diversas são as formas de cuidar da saúde mental: exercício físico diário, uma alimentação equilibrada e boa qualidade de sono. Além disso, as pessoas buscam alternativas para se sentirem menos ansiosas e preocupadas. “É sempre bom procurar uma atividade que dê prazer, socializar com colegas e amigos e ter uma vida equilibrada para tentar evitar transtornos mentais e, além disso, fazer terapia é essencial”, comenta o psiquiatra.
 
É claro que, assim como qualquer outro tipo de transtorno mental, os tratamentos variam muito. “Dependendo do nível em que a pessoa tenha episódios de somatização e o quanto isso atrapalha a sua rotina, é indicado procurar um psiquiatra tanto para controle, como para evitar uma piora no quadro", alerta o médico.

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