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Varíola dos macacos: o que as autoridades devem fazer para conter a doença

A varíola dos macacos é uma doença rara originária da África, causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae, cujo patógeno pode ser transmitido do animal para o homem e vice-versa.





 

Um balanço divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde mostrou que o Brasil chegou a 978 casos da doença. A maioria dos confirmados está em São Paulo e no Rio de Janeiro, entretanto, foi Minas Gerais que registrou hoje, 29/07, a primeira morte relacionada à varíola dos macacos.

 

A vítima foi um homem de 41 anos de idade, em Belo Horizonte, que tinha imunidade baixa e outras comorbidades, o que agravou o caso. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transmissão de um ser humano para outra é pequena, contudo, o aumento dos casos e a morte do homem traz um questionamento à população: o que as autoridades devem fazer para conter a doença?

 

Segundo o infectologista e diretor da Target Medicina de Precisão, Adelino de Melo Freire Junior, é preciso fazer uma estratégia para conscientizar a população sobre o que se trata a varíola dos macacos, quais são as formas de transmissão mais importantes, como as manifestações acontecem e quais são os riscos da evolução desse processo de disseminação do vírus.

 

"É preciso trazer uma visão global do que pode acontecer caso essa doença saia do controle. As ações precisam ser conduzidas pelo Governo e realizadas em conjunto pelos setores privados e pelas autoridades públicas de saúde. Em última análise, o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e a Prefeitura", afirma o médico.





 

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A infectologista e epidemiologista e influenciadora digital, Luana Araújo, usou suas redes sociais para destacar a necessidade de cobrar as autoridades sobre aquilo que deveriam ter feito há muito tempo, como treinamento dos profissionais de saúde e oferta de recursos diagnósticos garantindo rápida acessibilidade e execução antes do cenário de infecções piorar.

 

Para Adelino, esse treinamento do profissional de saúde é de extrema importância e faz parte do processo de conscientização do público geral. "Além de ser conscientizado, o profissional de saúde deve ser treinado para poder manejar os casos de forma segura e coerente para mitigar o risco de transmissão e aquisição da doença", explica.

 

O especialista também acredita que a ampliação da capacidade diagnóstica é uma medida essencial para o controle da doença. "Nesse caso, eu acho que o setor privado também pode contribuir muito. O movimento americano já é de mobilização tanto dos laboratórios de referência públicos quanto dos privados, e esse movimento tem que acontecer aqui também", destaca.





 

Medidas de contenção do vírus

 

O diretor da Target Medicina de Precisão explica que a medida de saúde mais eficaz para conter o vírus nesse momento é, além da conscientização, a redução das situações de risco. Segundo a agência de saúde da União Europeia, o risco de contágio por varíola do macaco é "muito baixo" entre a populaçaõ em geral, mas "alto" entre pessoas que mantém relações sexuais com múltiplos parceiros desconhecidos. 

 

 

"Também é necessário que o Governo implemente mecanismos de rastreamento de contato. Se tratando da varíola dos macacos, esses mecanismos são ainda mais relevantes do que para a COVID, porque é possível dar mais tempo para tomar medidas de rastreio de contato e de prevenção da disseminação", ressalta Adelino.

 

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O médico salienta a importância da vacinação na contenção do vírus. Segundo ele, a vacina é algo que deve ser colocado disponível assim que possível para o mundo todo. "Vacinar as populações de maior risco, os profissionais de saúde, quem teve contato ou não, isso vai ser essencial".

 

"Mas é difícil dizer em solução, né? Por exemplo, já temos a vacina contra a COVID-19 há dois anos, porém, não temos uma solução definitiva para história. Sem dúvidas alguma, a vacina contribui na prevenção, agora, se ela vai conseguir conter completamente o vírus, esse processo só o tempo vai dizer", finaliza Freire.

 

*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.