Jornal Estado de Minas

PSICOLOGIA

O que é a hipocondria, doença que afeta fortemente a vida dos pacientes

A hipocondria é uma doença mental grave, que pode afetar fortemente a vida dos pacientes. Trata-se de um medo de estar doente, a ponto de parecer persecutório, quase psicótico. Quem sofre com o distúrbio acredita que está sempre doente e afirma ter sintomas físicos que, na verdade, não estão lá.





A psicóloga e coordenadora do curso de psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), em Paulista (SP), Márcia Karine, diz que reconhecer a hipocondria é bem simples. “O sinal mais claro da doença é quando o paciente marca diversas consultas em um período curto de tempo e, geralmente, para o mesmo problema, porque ele fica procurando alguma opinião médica que valide a sua preocupação.”

Márcia Karine destaca que a condição pode ser relacionada com outros problemas, como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) ou com algum trauma desenvolvido a partir de uma doença grave que o paciente apresentou ao longo de sua vida.
 
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Outra característica da doença, aponta a psicóloga, é que, ao contrário de outros transtornos, como a ansiedade, os pacientes não sabem identificar. “A hipocondria é facilmente detectada por outras pessoas, mas não por quem sofre com ela. Diferentemente de quem apresenta outras fobias, o paciente com essa condição costuma negar que está hipocondríaco. Ele acredita fortemente que todo aquele excesso de cuidado é necessário".




Angústia, depressão e problemas de socialização 


Márcia Karine diz que as consequências da doença, se não tratadas, são diversas. Além da ansiedade persistente que causa angústia e depressão, problemas de socialização (pelo medo de pegar doenças de outras pessoas) acabam afetando a vida do paciente, fora o risco de começar a consumir remédios sem prescrição médica.

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“Pessoas hipocondríacas precisam ser acompanhadas de perto por profissionais especialistas, como psicólogos e médicos psiquiatras, pois a propensão a ingerir medicamentos pode colocar a vida do paciente em risco. A terapia ocupacional, que visa dar autonomia para os pacientes, também pode ser uma forte aliada”, conclui Márcia Karine.