Jornal Estado de Minas

TRAMITAÇÃO

MG: vereador quer que só o sexo biológico seja considerado em competições

Embora o município de Juiz de Fora, na Zona da Mata, em Minas Gerais, esteja longe de sediar grandes eventos esportivos, o vereador Sargento Mello Casal (PTB) protocolou um projeto de lei para barrar a participação de homens e mulheres trans em competições voltadas aos gêneros masculino e feminino, respectivamente. 




 
A tramitação no Legislativo teve início na quinta-feira passada (13/4). Caso o projeto de fato vire lei, a multa pode chegar a 100 salários mínimos em caso de descumprimento. 
 
Segundo o vereador, “não se pode permitir que a inclusão de uns implique a exclusão de outros, como ocorre no caso de atletas transgêneros ingressando no esporte feminino, o que, a médio e longo prazo, implicará a exclusão das mulheres”. 

“Os atletas masculinos jamais poderão competir em igualdade de condições com quem nasceu mulher e se formou no esporte feminino desenvolvendo ossos, músculos, ligamentos e capacidade aeróbica tipicamente femininas”, avalia. 



 
Ainda segundo o texto de justificativa do projeto, homens biológicos estão “competindo, vencendo e batendo recordes de mulheres”. O político, inclusive, cita o caso da ex-tenista tcheca e ícone gay Martina Navratilova, que, em fevereiro de 2019, se manifestou contra a presença de mulheres trans em competições femininas. 
 
O tema, porém, é controverso. De acordo com o relatório produzido pelo Canadian Centre for Ethics in Sport (CCES), não há evidências científicas de que mulheres trans tenham alguma vantagem nos esportes. 
 
Segundo a pesquisa, os fatores que determinam o desempenho de um atleta são nutrição e qualidade de treinamento. Para elaborar o relatório, o CCES analisou toda a literatura científica sobre o tema publicada na língua inglesa entre 2011 e 2021. Além de estudos biomédicos, a pesquisa considerou elementos sociais.