Jornal Estado de Minas

GOVERNO LULA

Villa: 'Paulo Coelho quer que o presidente tenha uma varinha mágica'

O historiador e comentarista político Marco Antônio Villa afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda está no princípio e que soluções para problemas precisam de tempo para serem desenvolvidas e aplicadas pelo poder público. A fala foi proferida enquanto comentava um lamento do escritor Paulo Coelho em ter apoiado a eleição do atual mandatário, além de ter afirmado que o governo está "patético".




"É muito duro em três meses querer a solução dos problemas nacionais, ele quer que o presidente tenha uma varinha mágica. Não dá. O novo Congresso tomou posse dia um de fevereiro. Há menos de dois meses. O presidente há menos de três meses”, analisou o historiador durante um comentário à CNN Brasil. 
 
Em seu comentário, ele também relembrou o movimento messiânico sebastianista que acreditava que o rei de Portugal Dom Sebastião, desaparecido em 1578, retornaria para levar o país lusitano à salvação de forma miraculosa.

Villa também analisou que o cenário encontrado pelo petista neste terceiro mandato é muito diferente do que ele pegou ao suceder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2003, e apontou que o cenário atual é muito pior que o anterior.





"É necessário entender que a situação é muito complexa. Ele achou que era a mesma de 2003, que ele chamava de 'herança maldita'. Ele encontrou tudo organizadinho em 2003. Em 2023, ele encontrou o caos orçamentário, na estrutura de estado, na relação com a sociedade, nas relações diplomáticas", pontuou, relembrando o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A necessidade de dialogar com os agentes políticos indicados pelo eleitorado para que os projetos sejam traduzidos em ações também foi apontado pelo historiador como o caminho necessário e que isso demanda tempo e esforço.

"Para fazer a ação é preciso construir as condições políticas. E para construir, neste momento, é muito mais difícil que há 20 anos. Uma democracia é convivência de contrários e convencimento", concluiu Marco Antônio Villa.