Jornal Estado de Minas

CENSO 2022

Tebet tenta aumentar adesão ao Censo do IBGE: 'Abram as portas'

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB-MS), reforçou, em evento realizado neste sábado (25), a importância do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a criação e manutenção de políticas públicas, e apelou à população brasileira: “Abram as portas para o IBGE”.





“Abram as portas de suas casas para o IBGE. Significa abrir as portas para uma vida melhor”, disse a ministra. Apesar da forte propaganda realizada nos últimos meses sobre o retorno do Censo, o IBGE luta contra a desconfiança da população em relação ao trabalho do Instituto. 

Tebet participou de um evento do IBGE, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), chamado “Favela no Mapa”, que estimula a realização do Censo nas comunidades brasileiras. A ministra garantiu que vai trabalhar para que o Instituto obtenha recursos necessários para a conclusão do serviço. 

“Sem Censo não há política pública”, afirmou a ministra. “Orçamento público (para o IBGE) não faltará”, completou. 

Durante o evento, a ministra afirmou que houve um sucateamento do IBGE enquanto Jair Bolsonaro (PL) era presidente do Brasil. Tebet destacou que o “baixo investimento no Instituto, se deve ao negacionismo do ex-mandatário”. “O governo passado não acreditava em estatísticas e evidências. Atrasamos o IBGE”, afirmou.




Fase final

Faltam apenas 6 dias para que o trabalho dos recenseadores finalize. De acordo com a Agência Brasil, o Censo 2022 já ouviu 91% dos domicílios brasileiros, mas o objetivo é concluir as entrevistas até o dia 31 de março. Porém, o Instituto ainda não conseguiu atingir o mínimo de 95% de cobertura em diversas comunidades espalhadas pelo país.
 
A pesquisa Data Favela 2023, divulgada neste mês de março, mostrou que se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro maior do Brasil em população. Segundo o estudo, o número de favelas dobrou na última década, totalizando 13.151 mapeadas pelo país. São estimados 5,8 milhões de domicílios em favelas com 17,9 milhões de moradores.  
Tebet reforçou a relevância de se ter informações mais atualizadas sobre os habitantes das favelas brasileiras, pois além de revelar “quem somos”, esses “dados movimentam a economia”.  

"O banco de diagnóstico é de como somos, quem somos… é importante para o governo federal e iniciativa privada também”, argumenta. “Esses dados movimentam a economia. Sem um banco de dados completo estamos fadados a não ter crescimento com qualidade de vida."

Além da recusa, o Censo encontrou dificuldade em localizar os moradores das comunidades, já que muitos trabalham o dia inteiro fora e, por causa do transporte público, demoram muitas horas para chegarem em casa. Outro fator foi a omissão de domicílio, aquelas residências que estão nos fundos ou em lajes. A dificuldade de acesso e circulação dentro dessas comunidades também afetou o trabalho dos recenseadores.