Jornal Estado de Minas

SUPREMO

Marcos do Val já acusou STF de ser 'departamento jurídico do crime'

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) sempre fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e chegou a afirmar, em 2019, que a Corte era o departamento jurídico do crime no país. "O crime no Brasil é tão organizado, que seu departamento jurídico é o STF", afirmou ele em postagem no Twitter em 2019.





A mensagem foi elogiada pelo então senador Álvaro Dias. "Indignação e coragem do senador Marcos do Val", escreveu o parlamentar paranaense.

A assessoria de Do Val afirma que ele publicou a mensagem em outro contexto, quando ainda estava no primeiro ano de mandato.

O parlamentar chegou também a pedir o impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes, apresentando contra ele uma denúncia de crime de responsabilidade alegando, entre outras coisas, que o magistrado teria exercido suposta influência indevida para a instalação de um complexo industrial em Diamantino (MT), sua cidade natal.


Na pandemia da COVID, Do Val voltou à carga, reforçando o pedido de afastamento por causa da declaração em que Gilmar Mendes associava o Exército brasileiro a um genocídio, por causa das mortes ocasionadas pelo vírus.





Na época, o ministro da Saúde era o general Eduardo Pazuello.

Jair Bolsonaro


Do Val também divulgou ainda o pedido de impeachment que Jair Bolsonaro apresentou contra o ministro Alexandre de Moraes.


Postou ainda uma "enquete" em seu perfil no Instagram perguntando "qual a opinião de vocês referente ao ministro Barroso", ecoando os ataques de Jair Bolsonaro ao magistrado.


Em outra publicação, ele divulgou uma foto-montagem em que está de frente para Gilmar Mendes, com a legenda: "Aqui (sic) Brasília, ou se corrompe, ou se omite, ou se vai para a guerra!".


Nesta quinta (2/2), Do Val partiu para a guerra, mas contra Bolsonaro.


De madrugada, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele afirmou que teria sido coagido pelo então presidente a participar de uma tentativa de golpe para inviabilizar a posse de Lula e garantir a sua permanência no poder.


Horas depois, questionado pela Folha de S.Paulo, o senador recuou na acusação direta e disse que Bolsonaro "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira e afirmou que iria pensar a respeito.