Jornal Estado de Minas

ATOS TERRORISTAS

Comandante da PMDF no dia dos atentados tem crises de choro na prisão

O coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), preso há uma semana sob suspeita de conivência com golpistas, tem, segundo seu advogado, oscilado entre crises de choro e momentos de silêncio profundo.





 

O coronel era o responsável pelo comando da tropa no dia da invasão as sedes dos Três Poderes e está detido desde 10 de janeiro no Regimento de Polícia Montada de Taguatinga por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

 

 

Thiago Turbay, advogado do ex-comandante-geral, disse que ao longo da última semana, Vieira apresentou alterações no seu quadro de hipertensão e precisou ser atendido pela equipe médica do local em mais de uma ocasião.

 

Remédios foram usados para controlar os picos de pressão provocados por crises de ansiedade frequentes. Colegas e familiares relataram que o coronel tem se mostrado abalado após receber visitas de familiares e que, inclusive, já se negou a fazer refeições. 





 

 

Vieira foi preso em casa por agentes da Polícia Federal (PF) no último dia 10, menos de 24 horas após ter sido exonerado do comando-geral da PM pelo interventor Ricardo Cappelli, e não ofereceu resistência quando os agentes da PF chegaram. O ex-comandante foi substituído pelo coronel Klepter Rosa Gonçalves.

 

A defesa de Vieira já fez o pedido de liberdade e argumentou a "inexistência de omissão pessoal do coronel Fábio Augusto Vieira com relação à estruturação da segurança no dia 8, uma vez que o planejamento técnico da operação não estava dentro de suas atribuições, mas a cargo do Departamento de Operações".

 

 

A petição também afirma que o ex-comandante teria usado de todos os meios de que dispunha para evitar o resultado final das ações dos invasores. Os advogados do militar reclamaram ainda, que não tiveram acesso à íntegra do processo.





 

Audiência de custódia

Em sua audiência de custódia, Vieira contrariou as informações dos órgãos de inteligência e afirmou que “tudo apontava para um ato pacífico” no dia 8 de janeiro. Na véspera dos ataques, no entanto, o ministro da Justiça, Flávio Dino, alertou o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a respeito da chegada em Brasília de “uma intensa movimentação de pessoas inconformadas com os resultados das eleições”.

 

 

 

 

No pedido de prisão, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que os comportamentos de Vieira e do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, “são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República, dos deputados federais e senadores e dos ministros do Supremo”.