Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

'Despreparado, desonesto, autoritário': discursos de Renan, Aziz e Randolfe

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Omar Aziz (PSD), o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), finalizaram a última sessão da CPI com discursos emocionados.




 
LEIA TAMBÉM: Com 7x4, relatório de Renan Calheiros é aprovado pela CPI da COVID 

Primeiro a falar, o senador Randolfe Rodrigues relembrou as mais de 600 mil mortes por COVID no Brasil. “O que motivou a criação desta CPI foi ver nosso povo sofrendo. Foi ouvir o choro dos órfãos, dos pais que perderam seus filhos, o clamor do povo nas filas do hospital diante da falta de leitos e da falta de vacinas. O que motivou o nascimento da CPI foi a necessidade de justiça”, disse.

Segundo o vice-presidente da comissão, os senadores viram “o mal ser produzido em larga escala”. “Ouvimos depoimentos dramáticos na CPI da COVID. Descobrimos crimes, desvios, negociação de propina ao invés de vacina enquanto nosso povo morria! Fomos ameaçados, perseguidos, mas estamos cumprindo nosso papel na história.”

Com a palavra, Renan Calheiros 

Renan Calheiros afirmou que Jair Bolsonaro (sem partido) agiu de forma criminosa durante a pandemia. Para Renan, o governo Bolsonaro ficará marcado “no mais baixo degrau da história”.





“Despreparado, desonesto, caviloso, arrogante, autoritário, com índole golpista, belicoso, mentiroso. Agiu como um missionário enlouquecido para matar o próprio povo”, disse o relator.

Ainda segundo Renan, ele está convencido que Bolsonaro é um homicida. 

Com a palavra, Omar Aziz 

O presidente da CPI, Omar Aziz, relembrou a importância da bancada feminina. “Em diversas situações, estiveram em meu lugar na presidência da comissão”, disse. 

“Tenho certeza que todos os brasileiros concordam que elas foram gigantes, incansáveis e contribuíram muito com a CPI. Nos ajudaram nos esclarecimentos e com firmeza e, ao mesmo tempo, muita educação fizeram a diferença em todas reuniões”, afirmou.
 
CPI DA COVID (foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID chegou ao seu fim na noite desta terça-feira (26/10). O relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi amplamente discutido pelos senadores durante todo o dia, foi aprovado por 7x4. Assim, foram indiciadas 80 pessoas, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), além de outros políticos, empresários, gestores e médicos, para indiciamentos. 




 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Leia também: Entenda como funciona uma CPI


O que a CPI da COVID investiga?

Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.

audima