Jornal Estado de Minas

CPI DA COVID

Aziz critica conduta do ministro Wagner do Rosário: 'Omisso e cara-de-pau'

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Omar Aziz (PSD-AM), acusou o ministro da Controladoria-geral da União, Wagner Rosário, de prevaricação. Aziz acusa Rosário de saber dos esquemas de corrupção no Ministério da Saúde e não investigar.




 


Leia: CPI da COVID ouve Marconny Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos

Rosário deve ser convocado pela CPI nas próximas semanas. “Todos nós queremos saber porque ele foi omisso em relação a pessoa que indicou ele”, diz Aziz.

De acordo com Aziz, o ministro é um “cara de pau”. “Levei ele uma denuncia, ele não apurou, se omitiu, me liga depois para dizer que não pode? Porque ele não fez nada contra o Roberto Dias?”, pontuou Aziz.
 
 

“A omissão é imperdoavel”, respondeu o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Ele deixou a arquitetura funcionar. Ele tinha as informações em setembro, agosto, e ele deixou. Roberto Dias só foi exonerado depois que veio aqui”, pontuou.





Ainda de acordo com Omar, Rosário vai precisar explicar o porque ele não demitiu o ex-diretor do Ministério da Saúde, Ricardo Dias, ao descobrir um esquema de corrupção. 
 

O dia da CPI 


O advogado Marconny Albernaz de Faria, suspeito de ser lobista da Precisa Medicamentos, depoe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta quarta-feira (15/9).

O vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de convocação, ressalta que a comissão busca investigar a possível existência de um mercado interno no Ministério da Saúde que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina indiana Covaxin.

Em mensagens trocadas com Marconny obtidas pela comissão, o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Ricardo Santana, menciona que conheceu o suposto lobista da Precisa na casa de Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 





Os parlamentares também apontam que os dois teriam conversado sobre processo de contratação de 12 milhões de testes de COVID-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa. Uma das mensagens trocadas aponta que “um senador” poderia ajudar a “desatar o nó” do processo. 
 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Leia também: Entenda como funciona uma CPI


O que a CPI da COVID investiga?

Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.
 




audima