De uma coisa o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) tem certeza: a culpa do preço dos combustíveis nas alturas não é dele. Nesta sexta-feira (27/8), ele listou 10 pontos nas redes sociais justificando que o valor que o consumidor paga na bomba é responsabilidade do governo federal. Questionado durante visita em uma escola, ele culpou o monopólio da Petrobras e o dólar.
A justificativa de Zema vem após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpar os governadores pelo aumento dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha. O chefe do executivo de Minas utilizou 10 pontos para explicar que a 'teoria' do presidente é inválida e apontou que o governo de Estado “não trata de política monetária, econômica, dólar ou inflação, que impactam nos preços e são de competência Federal”.
Questionado sobre as declarações, o governador criticou o governo federal pelo monopólio da Petrobras. “Se o combustível subiu na bomba, não foi devido a aumento. No meu governo, assumi um compromisso que estou cumprindo e vou continuar cumprindo de que não haverá aumento de impostos. O problema no Brasil, nós sabemos, está ligado a termos somente uma empresa”, afirmou.
"Ninguém consegue comprar combustível de outros fornecedores no Brasil, o monopólio é um problema, o aumento no dólar é outro problema. Se alguém falar que na bomba subiu muito, na Petrobras subiu o mesmo percentual, ou até mais. O que está havendo é um repasse, subiu na refinaria e acaba que sobe em toda cadeia. Infelizmente o combustível está caro e o meu grande desejo é que com as contas equilibradas nós venhamos um dia a ter condição de reduzir o tributo que é cobrado. Lembrando que eu não aumentei", ressaltou Zema.
O aumento nos preços da gasolina nos postos revendedores da Grande Belo Horizonte alcançou 3,07% em apenas 17 dias deste mês, levando o consumidor a pagar até R$ 6,499 pelo litro do combustível, segundo levantamento divulgado pelo site de pesquisas de preços Mercado Mineiro.
Na semana passada, o menor preço do litro da gasolina encontrado em Minas Gerais era de R$ 5,899 em Uberlândia, no Triângulo; e o maior custo nas bombas chegou a R$ 6,759 em Paracatu, no Noroeste do estado. O preço médio foi de R$ 6,185 por litro entre os dias 15 e 21 deste mês.
De acordo com a ANP, a gasolina teve reajuste de 1,5% em média no Brasil, bem abaixo do medido na Grande BH, vendida a R$ 5,956. Mas, o consumidor já paga mais de R$ 7 no litro do combustível em postos do Rio Grande do Sul (R$ 7,18), Rio de Janeiro (R$ 7,05), e Acre (R$ 7,13). Na comparação entre os estados, o preço mais alto, em média, é o dos postos do Rio de Janeiro (R$ 6,485) e o mais baixo foi verificado no Amapá (R$ 5,143).
Quanto ao etanol, o preço médio subiu 2,2%, também abaixo do reajuste da Grande BH, alcançando R$ 4,497. O recorde de Minas é de Bom Despacho, no Centro-Oeste: o litro a espantosos R$ 6,19, mais caro que a média da gasolina na Grande BH. O menor valor é de R$ 4,149 em Montes Claros, no Norte do estado, e novamente em Uberlândia.