Jornal Estado de Minas

BANDEIRA DE GOVERNO

Bolsonaro ironiza aumento de armas no Brasil: 'Quero que quintuplique'

Em aceno à sua política armamentista, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira (26/8) o porte e a posse de arma para a população. O mandatário ironizou matérias da imprensa apontando que o número de aquisição de armamentos tem dobrado ano após ano e rebateu dizendo esperar que "quintuplique". A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.





 

"Hoje em dia, o homem do campo está mais tranquilo. Tiramos dinheiro de ONG, conseguimos via decreto dar o fuzil 762 para vocês, quem é CAC. Conseguimos a posse ampliada, o elemento podia comprar a arma e usar dentro da casa na fazenda. Hoje ele pode montar o cavalo ou pegar o jipe dele e andar na fazenda toda armado", apontou. 

 

Segundo Bolsonaro, "quanto mais armado estiver o povo, melhor é para todo mundo". "A imprensa de novo fazendo matéria essa semana que tem dobrado ano a ano o número de armas no Brasil. Eu quero que quintuplique. Quanto mais armado estiver o povo, melhor é para todo mundo. Porque enquanto a bandidagem estava armada com fuzil automático lá no Rio de Janeiro, a imprensa não falava nada, estava legal, estava bacana. Agora quando o cidadão de bem está comprando arma, o pessoal critica", reclamou.

 

Um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no Anuário de Segurança Pública de 2021 sobre armas de fogo para 2020 mostra que o Brasil vive verdadeira corrida armamentista. Em dezembro daquele ano o país contava com 2.077.126 armas em arsenais particulares, incluindo as categorias especiais de atirador desportivo, caçador e colecionador (CACs) e armas particulares de policiais, demais profissionais da segurança pública e militares do Exército. 





 

De acordo com a publicação, é possível dizer que em cada grupo de 100 brasileiros há ao menos uma arma particular disponível. "Os números trazidos neste Anuário chamam atenção tanto pelo aumento expressivo do número de armas que entraram em circulação nas mãos de particulares e a velocidade que isso vem acontecendo, como pela flagrante deterioração dos mecanismos de controle de armas ilegais. Em outras palavras, enquanto alguns segmentos da população brasileira se armam de modo acelerado, o Estado vem diminuindo sua capacidade de mitigar os efeitos nocivos destas mesmas armas gerando toda sorte de violências", apontou o estudo. 

 

Houve ainda diminuição de 50,4%% no número total de armas destruídas em 2020 em comparação com o ano anterior – quantidade equivalente a cerca de 57,1% do volume apreendido pelas polícias no ano. 

 

O DF apresentou aumento de 19,3% na quantidade de armas apreendidas sem documentação — entre 2019 e o ano passado — e de 3,6% na quantidade de pessoas que conseguiram posse ou porte de armamentos no mesmo período. 





 

Em fevereiro, o mandatário alterou quatro decretos federais com o objetivo de desburocratizar e ampliar o acesso a armas de fogo e munições no país. 

 

Em maio, durante uma manifestação, Bolsonaro afirmou, sob aplausos, que está, "cada vez mais", legalizando as armas no Brasil. 

audima