Jornal Estado de Minas

CPI DA COVID

Alessandro Vieira para reverendo: 'Mais fácil acreditar no Superman'

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) acusou o reverendo Amilton de Paula de mentir para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta terça-feira (03/08). “Algumas coisas são confusão mental, mas outras, reverendo, é tempo para bolar mentira", disse o senador no início dos questionamentos.





A CPI retomou os trabalhos na manhã desta terça-feira (3/8) com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah).
 
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O reverendo é apontado por representantes da Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos, como um intermediador entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas.
 
"Eu só quero deixar claro. Humanitário aqui só o cabeçalho. Não tem nada de humanitário nessa mensagem, a questão aqui era financeira. O senhor é um consultor que não tem um projeto. É um missionário que diz que representa instituições que não reconhecem sua participação”, afirma o senador. 





De acordo com Vieira, o mais “absurdo” é o governo federal dar espaço para “esse tipo de gente”. 
 
 

“Enquanto as pessoas estavam morrendo, vocês estavam em busca de retorno financeiro. Ao contrário do meu colega, Marcos Rogério, eu não me comovo com suas lágrimas. Nada disso daqui é verdadeiro. Tudo atrás de dinheiro", afirmou.

Ainda de acordo com o senador, se em algum momento o reverendo foi cristão, já passou “muito da hora do arrepedimento”. “Tá mais facil acreditar no cara que é o Superman do que em você”, finalizou o senador.
 
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O dia da CPI

 
CPI da COVID, instalada pelo Senado, retomou o recesso parlamentar nesta terça-feira (3/8), com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. A convocação de Amilton atende pedido do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).



O parlamentar destacou os e-mails, divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da Senah, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca.

Segundo o policial militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, que acusa o ex-diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias de cobrar propina de US$ 1 por dose, Gomes de Paula foi quem o ajudou a conseguir marcar reuniões com membros do governo para apresentar a proposta do imunizante britânico em fevereiro deste ano.

O reverendo seria ouvido na CPI em 14 de julho, mas o depoimento foi adiado por questões de saúde. Amilton apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado pela perícia médica do Senado.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, concedeu habeas corpus para que o religioso tenha o direito de permanecer em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz
 
  





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