Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

CPI da COVID: Queiroga é advertido para responder às perguntas

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, uma resposta para as perguntas. Segundo ele, o depoente está desviando dos questionamentos. O gestor da pasta presta depoimento aos senadores nesta quinta-feira (6/5) para esclarecer as ações de enfrentamento à pandemia da COVID-19.




 
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Renan Calheiros questionou uma análise do ministro em relação à condução do Ministério da Saúde quando assumiu o cargo, em relação aos antecessores. Queiroga respondeu: “Senador, de maneira objetiva, eu estou aqui como testemunha. Eu posso testemunhar pelos fatos que eu presenciei, isso deve aos 45 dias que estou à frente do ministério da Saúde”, disse.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), defendeu o relator. “O senhor está como testemunha, não tem esse negócio de dizer e jogar para terceiros. Até agora, o senador Renan tem feito perguntas muito objetivas e o senhor está tratando de questões de municípios e isso não é objetivo. Aqui não é o achismo, é sim ou não”, afirmou.
 
 

Em seguida, Renan Calheiros insiste na pergunta, mas Queiroga volta a ressaltar o período que assumiu o Ministério. “O julgamento de valor a respeito da gestão anterior, eu não tenho os elementos para fazer, só como cidadão”, respondeu.





"Então vossa excelência entende que sua chegada no ministério representa uma sinalização de mudança de posicionamento do governo federal acerca de assuntos como distanciamento social, adoção de medidas de higienização, vacinação?”, questionou.

"Sim, é uma mudança. Pretendemos fazer ajustes nas políticas que têm sido colocadas em prática", respondeu o médico cardiologista.

Marcelo Queiroga assumiu o comando do Ministério da Saúde em 15 de março deste ano. Ele é o quarto gestor da pasta: primeiro, Luiz Henrique Mandetta (1° janeiro - 16 de abril), depois Nelson Teich (16 de abril - 15 de maio). O terceiro foi o general Eduardo Pazuello, que assumiu como interino em 15 de maio, mas só foi concretizado quatro meses depois (16 setembro - 15 março).

A CPI ouviu Mandetta na terça (04) e Teich na quarta (05). Pela ordem cronológica, o próximo seria Pazuello, mas ele alegou ter contato com pessoas que testaram positivo para a COVID-19 e, por isso, o depoimento foi remarcado para 19 de maio.





Ainda nesta quinta-feira (06), às 14h, senadores vão ouvir o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

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O que a CPI da COVID investiga?

Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.

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