Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Pacheco critica Ernesto Araújo e cobra mudanças na política externa do país


O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o depoimento do chanceler Ernesto Araújo aos senadores nessa quarta-feira, 24, deixou claro que é preciso haver uma mudança na política externa do governo.




Apesar de a declaração aumentar a pressão do Parlamento pela saída do ministro, Pacheco disse, no entanto, que não estava cobrando a demissão de Araújo. Para ele, a prerrogativa de escolha de ministros é do presidente Jair Bolsonaro.

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"Muito além da personificação ou exame sobre o trabalho específico do chanceler, o que tem que mudar é a política externa e o Brasil, evidentemente ela precisa ser melhorada e aprimorada", disse.

"Isso é algo que está evidenciado a todos, não só ao Congresso Nacional, mas a todos os brasileiros que enxergam essa necessidade de o Brasil ter uma representatividade externa melhor do que tem hoje", afirmou.



Segundo Pacheco, "só pode demitir aquele que admite". "Esse é o papel do presidente da República, ele haverá de tomar as melhores decisões para melhorar o governo", disse.

Pacheco afirmou que o Brasil cometeu "muitos erros" no combate à pandemia, entre eles o não estabelecimento de relações diplomáticas com países que poderiam colaborar com o país neste momento.

"Ainda está em tempo de mudar para poder salvar vidas. Infelizmente perdemos muitas vidas", disse ele, evitando, no entanto, responsabilizar o governo federal pelas mortes.

Pacheco disse que a mudança na política externa deve priorizar a obtenção de parcerias internacionais. Ele destacou que a Comissão de Relações Exteriores (CRE), presidida pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), fez um apelo por ajuda internacional ao país.

O senador disse ainda que o comitê de crise da COVID-19 será um ambiente de consenso e de busca de soluções para o enfrentamento da doença. Segundo ele, o Congresso tem essa intenção e é preciso que o governo federal também mostre essa disposição.



Lira insatisfeito

Pacheco disse que o discurso de ontem, 24, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi uma demonstração de "insatisfação" em relação à condução da crise sanitária pelo governo.

"A manifestação de Lira é legítima, de alguém que preside a casa do povo, de insatisfação", afirmou. "Câmara e Senado buscam de todas as formas ter ambiente de consenso, pacificação e busca de soluções e isso precisa, do outro lado, do governo federal, essa mesma postura e vontade."

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