No dia em que o Brasil alcançou a marca de 100 mil mortes causadas por COVID-19 (número que pode ser muito maior, sabendo que há grande subnotificação), a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República exaltou ações estatais no combate à pandemia. Segundo o órgão, o país é um ‘exemplo ao mundo todo’.
Sem citar os 100.477 óbitos e os 3.012.412 casos registrados da doença no país, a Secom fez várias postagens nas redes sociais, destacando a quantidade de pessoas recuperadas e comparando os números do Brasil com de outros países do mundo.
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Sem liderança e planejamento: as falhas do Brasil contra a COVID-19#Bolsonaro100Mil e #CemMileDaí ficam entre as mais comentadas do TwitterNúmero de mortos seria muito maior se seguíssemos Bolsonaro, diz MandettaInternautas pedem boicote ao Coco Bambu após almoço com Bolsonaro No dia em que o Brasil atinge 100 mil mortos, Bolsonaro comemora título do PalmeirasA publicação foi repostada pelo presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo não se pronunciou sobre a trágica marca alcançada neste sábado.
O perfil da Secom, que deveria primar pela impessoalidade, respondeu a uma mensagem do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no Twitter. Pela rede, Moro fez referência à frase “E daí”, dita por Bolsonaro quando o Brasil superou a China em número de mortos.
O perfil da Secom, que deveria primar pela impessoalidade, respondeu a uma mensagem do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no Twitter. Pela rede, Moro fez referência à frase “E daí”, dita por Bolsonaro quando o Brasil superou a China em número de mortos.
“Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança”, disse Moro.
Ao que a Secom respondeu: “Para um Governo, muito mais do que palavras bonitas, a melhor forma de mostrar que se importa é trabalhando. Estamos todos do mesmo lado da trincheira na guerra que foi imposta ao mundo todo. E o Governo do Brasil tem trabalhado sem descanso desde o começo”.
Números
A Secretaria de Comunicação destacou os recursos financeiros (R$ 63,3 bilhões) e os equipamentos de saúde enviados a estados e municípios durante a pandemia.
O órgão ressaltou os “quase 3 milhões de vidas salvas ou em recuperação”. Segundo o Ministério da Saúde, o total de recuperados é de 2.094.293. Há, ainda, 817.642 pessoas em acompanhamento.
O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos e mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, que totalizam 5.000.494 ocorrências da doença, com 161.881 óbitos.
De acordo com especialistas entrevistados pelo Estado de Minas, as ações equivocadas do Governo Federal na tentativa de gestão da crise tiveram influência direta nos números alcançados pelo país.