Jornal Estado de Minas

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Oposição sobre reforma de Zema: 'Quem quer aprovar tudo não aprova nada'

O líder do bloco de oposição na Assembleia Legislativa, deputado André Quintão (PT), falou sobre a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governador de Minas, Romeu Zema (NOVO), nesta sexta-feira (19). De acordo com o parlamentar “quem quer aprovar tudo não aprova nada”. 



 Apresentado pelo governador do estado nesta sexta-feira, o documento prevê a adoção de alíquotas progressivas, que variam entre 13% e 18,38%. Há mudanças, também, na idade mínima para a aposentadoria e no tempo de contribuição necessário para pedir o benefício: homens precisarão trabalhar por mais cinco anos e mulheres, por mais seis.

Ao falar sobre as alíquotas, André Quintão deixa claro seu posicionamento. “Com o trabalho remoto em meio à pandemia será mais sensato jogamos todos nossos esforços nos debates sobre as alíquotas”.

De acordo com o petista “é preciso envolver o conjunto do funcionalismo no debate, através das audiências públicas de maneira remota. Existem segmentos dos servidores que estão há anos com salários congelados, pessoas que ganham muito pouco”.


 
O deputado chamou a atenção para outro ponto: “Se você aumenta alíquota, isso significa uma espécie de confisco salarial porque o crédito do pagamento será menor do que o servidor já recebe. Não podemos cometer essa injustiça com servidores que ganham pouco e estão com salários congelados. Por isso, a importância de fazermos esse debate de maneira participativa, ouvindo vários segmentos funcionalismo”, explica.


 
Para o governador Romeu Zema, a aprovação das mudanças, que serão analisadas pela Assembleia Legislativa, é fundamental para dar fôlego às finanças.

“As despesas, inclusive as previdenciárias, continuam subindo muito mais aceleradamente do que as receitas, que devem cair neste ano por causa da pandemia. O que estamos fazendo é encarar a realidade. Temos que ser corajosos”, afirmou Zema.  

André Quintão considera a proposta “muito abrangente” e diz que ela tem “temas complexos”. Ele acredita que o documento, do jeito que foi apresentado, terá “dificuldade na tramitação”.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina