Jornal Estado de Minas

Evite aglomerações: como deveria ser o pronunciamento de Bolsonaro

Como deveria ser a distância entre os ministros, conforme recomendações da OMS (foto: Montagem de Fred Bottrel sobre reprodução da TV Brasil)

No dia em que o Brasil chegou à marca de 3.670 mortos por coronavírus e 52.995 pessoas com a doença, quase ninguém prestou atenção na pandemia. O foco do noticiário coube a duas bombas vindas de Brasília. Na manhã desta sexta-feira (24), a despedida de Sergio Moro, acusando Jair Bolsonaro de tentar interferir na PF, e, à tarde, a resposta do presidente, dizendo que o ex-ministro o chantageou por um cargo no Supremo Tribunal Federal.



Ao se pronunciar contra o popular ex-ministro e ex-juiz, a equipe do governo, para demonstrar força e união, se aglomerou no Palácio do Planalto. Na imagem, 23 pessoas estavam lado a lado. Muitos idosos, como o presidente Bolsonaro (65 anos), Hamilton Mourão (66 anos), Paulo Guedes (70 anos) e o general Augusto Heleno (72 anos).

Vinte e três pessoas aglomeradas no Palácio do Planalto (foto: Reprodução da TV Brasil )

O distanciamento social é das principais medidas, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e também pelo Ministério da Saúde para evitar o avanço da doença que a tarde desta sexta-feira já havia provocado 195 mil mortes em todos os continentes - são quase 2,8 milhões de casos confirmados no planeta.

A distância mínima recomendada é de 1,5m, porque a transmissão se dá por meio de gotículas de ar. A ciência já sabe que pessoas assintomáticas respondem por dois terços das transmissões do vírus. E faltam estudos conclusivos sobre a não transmissibilidade de pacientes que já tiveram COVID-19 – caso de alguns no primeiro escalão do governo federal.




O único dos ministros que usou máscara foi Paulo Guedes. O ministro da Economia posou ao lado do general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, que foi diagnosticado com coronavírus depois da viagem de comitiva presidencial aos Estados Unidos. Heleno publicou, no fim de março, que estava curado – postou o exame indicando que o vírus não havia sido detectado no último teste.

Estavam reunidos todos os principais nomes que integram oficialmente o governo. E ainda personalidades como um dos filhos do presidente da República, o deputado federal Flávio Bolsonaro.