Politica

Vereadores também investigam prefeito preso em Juiz de Fora

Alberto Bejani foi levado para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH
Os 19 vereadores de Juiz de Fora, na Zona da Mata, assinaram requerimento, em conjunto, para abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), para investigar a participação do prefeito Carlos Alberto Bejani (PTB) no esquema de desvio de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a suspeita de enriquecimento ilícito. O documento foi assinado no fim da tarde de quinta-feira.


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Caso fique comprovado o envolvimento do prefeito, a CPI pode requerer o impeachment. Ele está preso na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Na casa e no sítio dele foram confiscados R$ 1.120.390,00, em dinheiro, além de veículos de luxo e armas, inclusive uma pistola 9mm, de uso exclusivo da Força de Segurança Nacional, com registro falso. Por esse motivo, ele responderá por porte ilegal de armas. Bejani foi detido em sua mansão, numa área nobre da cidade, na manhã de quarta-feira, por policiais federais, durante a Operação Pasárgada.

A reunião no gabinete do presidente da Câmara, Vicente de Paula Oliveira (DEM), começou às 15h e durou três horas e meia. A possibilidade de um pedido de afastamento do prefeito já havia sido discutida no dia da detenção de Bejani, pelo vereador da oposição Bruno Siqueira (PMDB).

Até o dia da prisão, o prefeito tinha apoio de dois terços do Legislativo. A líder na Câmara, a vereadora Rose França (PSC), foi uma das primeiras a se pronunciar sobre a decisão unânime dos vereadores. “Ele vai ser investigado de maneira justa e sem palanque”, disse. Rose defendeu a perda de mandato, caso seja comprovado o envolvimento dele no esquema. “Ser líder do governo não significa encobrir ações erradas. Os fatos têm que ser apurados”, afirmou.

A população de Juiz de Fora ainda está surpresa com a prisão. Placas de propagada da prefeitura, instaladas em pontos de ônibus da Avenida Rio Branco, a principal da cidade, amanheceram pichadas e parcialmente destruídas e foram substituídas rapidamente. O vice-prefeito José Eduardo Araújo (PL) assume a vaga de Bejani provisoriamente.

Surgiram especulações na cidade, de que as armas apreendidas na casa do chefe do Executivo seriam as mesmas furtadas na fazenda dele, em Ewbank da Câmara, vizinho de Juiz de Fora. Em 13 de fevereiro, o prefeito denunciou à polícia que a propriedade teria sido invadida por assaltantes, que levaram duas espingardas e R$ 60 mil. O delegado seccional de Santos Dumont, Edilberto Tadeu Rodrigues, considera improvável que o armamento seja o mesmo. No entanto, informou que vai comparar os registros das armas.