Jornal Estado de Minas

No DF

Rapaz que está em coma após picada de naja é fã de cobras e estuda veterinária

Publicações no Facebook do rapaz mostram o apreço que ele tem pelos répteis (foto: Facebook/Reprodução)
Internado e em coma depois de ser picado por uma cobra naja exótica, o jovem Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, de 22 anos, demonstra, nas redes sociais, ser um admirador desse réptil. Em um perfil no Facebook, o rapaz costuma compartilhar diversas publicações com imagens de cobras. Em uma delas, uma criança aparece brincando com o animal. Contudo, não há, ao menos em modo público, qualquer registro que revele espécimes criados pelo próprio estudante.


Pedro cursa medicina veterinária na Uniceplac desde 2016. A coordenadora do curso, Daniella Ribeiro Guimarães Mendes, disse ao Correio que diversos alunos manifestam apreço pelos mais diversos tipos de animais, mas são instruídos sobre a necessidade do respeito ao habitat de cada espécie. 

"Para aulas, podemos ter bovinos, equinos e outros animais mais domésticos. Animais selvagens em cativeiro representam um perigo e pode ser um mal para o próprio animal. Até porque é impossível alguém sair andando e se deparar com uma espécie dessas por aqui", pontuou. 



Além do gosto por serpentes, Pedro também exibe publicamente interesse por artistas do gênereo sertanejo, como Gusttavo Lima e Eduardo Costa; e pagode, a exemplo de Péricles.

Nos esportes, o rapaz acompanhava uma página de notícias do Vasco e três de equipes norte-americanas: Orlando City, Las Vegas City e Philadelphia Union — cujo símbolo é uma cobra.


A foto de perfil do jovem foi alterada duas vezes nesta quarta-feira (8), quando ele já estava internado. A primeira imagem foi a de um quadrado preto. Nela, dois amigos comentaram pedindo notícias de Pedro e desejando melhoras. A segunda continha uma bandeira do Brasil.

Cobra asiática


A cobra criada por Pedro e que o picou é originária da Ásia e, segundo o diretor de répteis, anfíbios e artrópodes do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega, não tem postura agressiva: "Essa espécie só ataca quando se sente muito ameaçada. Porém, é muito nociva ao ser humano e pode levar à morte uma hora depois da picada".

A Polícia Civil do DF investiga a origem do animal. O rapaz está internado no Hospital Maria Auxiliadora desde terça-feira (7/7), em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O soro antiofídico necessário para o tratamento do veneno, que é estocado pelo Instituto Butantan em São Paulo, chegou em Brasília durante a noite de terça-feira.