Jornal Estado de Minas

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Desde que Joe Biden assumiu a Presidência, 195 mil pessoas morreram por covid-19 nos EUA


 

Publicações questionando se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não seria chamado de “genocida” após o país chegar a 600 mil mortos por covid-19 foram compartilhadas mais de 3,2 mil vezes nas redes sociais ao menos desde o último 21 de junho. Mas o atual chefe de Estado norte-americano só assumiu o cargo em 20 de janeiro de 2021, quando já havia mais de 405 mil óbitos em decorrência do novo coronavírus no país.





“EUA atingem 600 Mil Mortos pela Covid-19. Ninguém vai chamar Biden de Genocida?”, assinala o texto que acompanha a captura de tela, ou o próprio vídeo de uma reportagem da CNN Brasil veiculada em 15 de junho de 2021.

Nas publicações, viralizadas no Facebook, no Instagram e no Twitter, há diversos comentários de usuários que questionam uma suposta parcialidade a favor de Joe Biden e contra o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump: “Será q vão dizer q é culpa do Bolsonaro tbm?” e “Se ainda fosse o Trump chamariam porém como é o esquerdista Biden né…”.

O presidente Bolsonaro tem sofrido críticas em razão de sua gestão da pandemia de covid-19. Após indicar ver“histeria” em algumas medidas implementadas pelos estados (1, 2), considerar a covid-19 de “gripezinha” e provocar aglomerações (1, 2), começou a ser chamado por opositores de “genocida”, razão pela qual as postagens fazem essa comparação com Biden.



A pandemia nos Estados Unidos

O primeiro caso do novo coronavírus nos Estados Unidos foi registrado em 21 de janeiro de 2020 próximo a Seattle. O indivíduo havia estado na região chinesa de Wuhan, onde foi inicialmente detectada a existência de uma pneumonia viral em dezembro de 2019.

Nessa data, os Estados Unidos eram comandados pelo então presidente Donald Trump que, em diversas ocasiões, acusou a imprensa de causar pânico, minimizou os riscos no país e, apesar das chances de contaminação, realizou atos de campanha presenciais, que contaram com grande participação de seus apoiadores.

Joe Biden, por sua vez, assumiu a Presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2021, um ano depois do primeiro caso ter sido detectado no país.



Segundo o projeto Our World in Data, da Universidade de Oxford, a Universidade Johns Hopkins (UJH), e dados oficiais, os Estados Unidos tinham mais de 405 mil óbitos em decorrência da covid-19 na data em que Biden tomou posse como chefe de Estado.

Quase cinco meses depois, em 15 de junho, o país ultrapassou a marca de 600 mil óbitos causados pelo novo coronavírus, de acordo com as bases de dados oficiais, UJH e do Our World in Data. Isso significa que desde a chegada de Joe Biden ao poder até este marco, cerca de 195 mil norte-americanos faleceram por essa doença.

Comparativamente, o Brasil, que em 20 de janeiro contava mais de 212 mil mortes pela covid-19 (1, 2), registrou mais de 278 mil óbitos no mesmo período: em 15 de junho, cerca de 490 mil (1, 2) brasileiros haviam falecido pela doença.



Dados do Our World in Data atualizados até o último 8 de julho mostram que nos Estados Unidos 606.475 pessoas morreram pela covid-19, enquanto no Brasil esse número chegou a 530.179.
O então presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante ato de campanha em Winston-Salem, na Carolina do Norte, em 8 de setembro de 2020 ( AFP / MANDEL NGAN)

Com 332,5 milhões de habitantes, 0,18% da população estadunidense morreu pela doença causada pelo novo coronavírus. No Brasil, que tem 213,3 milhões de habitantes, essa taxa é de 0,24%. Ou seja, embora em números absolutos menos brasileiros tenham morrido de covid-19, quando comparado com a população, nota-se uma perda relativa maior.

Em relação à vacinação, de acordo com o Our World in Data, até 8 de julho o Brasil havia imunizado completamente 13,9% de sua população. Nos Estados Unidos, por sua vez, essa cifra chega a 47,3%.

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