Jornal Estado de Minas

DEPOIMENTO

Caso Lorenza: médico diz que errou ao atestar morte da esposa do promotor

O médico Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso disse, nesta quarta-feira (03/5), que errou ao atestar a morte de Lorenza de Pinho. Ele é acusado de falsidade ideológica pela morte da esposa do promotor André de Pinho e prestou depoimento no Fórum Lafayette, no Bairro Barro Preto, Região Centro-Sul de BH.





 

  Segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o médico omitiu documentos particulares de Lorenza, atendida com frequência no Hospital Mater Dei. Ele também teria inserido declarações falsas no atestado de óbito da esposa do promotor.


A juíza Lucimeire Rocha ouviu uma testemunha de acusação e duas de defesa. Outras duas foram dispensadas. Em seguida, o réu foi interrogado. O médico disse que Lorenza era paciente recorrente do pronto atendimento e tinha histórico de abuso de medicamentos opióides.

Alegou ainda que a emergência do hospital foi acionada e quando chegou ao apartamento do casal, a mulher já estava sem pulso. O médico contou que tentou reanimar e, sem sucesso, constatou a morte da esposa do promotor.





Cardoso disse atambém que chegou a ficar em dúvida sobre o que fazer e acionou o SAMU. Os membros da equipe do serviço de atendimento alegaram que como ele tinha atendido e constatado a morte, eles não poderiam ir ao local para fazê-lo. Por isso, ele mesmo fez o atestado. Porém, o médico acredita que errou em não ter encaminhado o corpo de Lorenza para o Instituto Médico Legal (IML).

Após o interrogatório, a juíza encerrou a fase de instrução e determinou prazo de cinco dias para cada parte apresentar alegações finais. Só então, ela dará a sentença sobre o caso.  

Promotor condenado


Em 29 de março, o promotor André Luís Garcia de Pinho foi condenado a 22 anos, dois meses e 11 dias de prisão pela morte da esposa. O julgamento no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) durou mais de cinco horas. 

Ele também foi sentenciado a um ano e dez dias de prisão, além de multa, por omissão de cautela por guardar uma arma de fogo dentro do guarda-roupa do quarto de um dos filhos, que, à época do crime, estava com 16 anos.