Treze trabalhadores rurais foram resgatados em situação análoga à escravidão em Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, nesta quinta-feira (2/3). Eles trabalhavam no corte de eucalipto e eram expostos a produtos que traziam risco, não tinham alimentação adequada e direitos trabalhistas eram desrespeitados.
O caso foi descoberto pela Gerência do Trabalho de Uberlândia e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A investigação começou em 14 de fevereiro.
Leia Mais
'Escravizados do vinho': trabalhadores denunciam casos de surras e choquesTrabalho escravo: Patriota expulsa vereador que ofendeu baianosMinistro convoca reunião para apurar trabalho escravo em vinícolas do RSAdultos, adolescente e idoso escravizados em carvoaria são resgatados em MGOutras sete pessoas são resgatadas em condições análogas à escravidão em MGPolícia deflagra operação contra trabalho análogo à escravidão em MinasHomem escravizado por 38 anos é resgatado em fazenda de café em MinasSuspeitos de roubo em casa de condomínio na Grande BH são presosCOVID-19: cidades alteram público de vacinação bivalente por falta de dosesAinda que o trabalho fosse em Monte Alegre, os contratados estavam alojados na cidade de Prata, viajando todos os dias para a fazenda onde prestavam o serviço, numa distância de 70km. A van que os transportava está em estado de manutenção e conservação precários, com os assentos rasgados e sujos, e sem cintos de segurança
Nesta quinta, a fiscalização foi até a fazenda para autuar os responsáveis.
Nesta quinta, a fiscalização foi até a fazenda para autuar os responsáveis.
Na fazenda não havia fornecimento de alimentação nem forma de conservação ou aquecimento dos alimentos levados pelos próprios trabalhadores, segundo os fiscais. Não foram providenciados nem sequer local adequado para realização das refeições ou instalações sanitárias para o grupo.
- Colheita de uva no RS era feita em regime de trabalho análogo à escravidão
Os trabalhadores não tinham garantia de 13º salário, férias remuneradas e não havia recolhimento do FGTS. Também estavam expostos a riscos químicos, físicos e de acidentes de trabalho no imóvel onde estavam alojados. O local era utilizado como depósito de gasolina e óleo queimado, mantidos em recipientes plásticos, ao lado da parede de um dos cômodos.
Os contratantes também não deram vestimentas e equipamentos de proteção individual.
Verbas rescisórias e salariais dos trabalhadores de mais de R$ 95 mil foram pagas após a força-tarefa. Foi regularizada a questão do seguro-desemprego de cada um, dando o direito a eles de três parcelas de um salário-mínimo.