Jornal Estado de Minas

INDIGNAÇÃO

Em missa de 7º dia, família de jovem morto por bolsonarista pede 'justiça'

Família na missa de 7° dia de Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, assassinado enquanto comemorava a vitória de Lula (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Indignação e revolta foi o sentimento na missa de sétimo dia de Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, assassinado em Belo Horizonte enquanto comemorava a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais. Família e amigos se reuniram nesta sexta-feira (4/11), na Paróquia São João Batista, Bairro Salgado Filho, Região Oeste da capital

A prima, Fabiane Dias, afirmou que Pedro era um rapaz muito querido e deixa muita dor, choro e indignação com sua morte. “No dia do enterro tinham mais de 400 pessoas. Hoje também a missa estava superlotada. Todo mundo comovido e indignado. Esse ‘monstro’ destruiu a minha família, acabou com nossa felicidade que tinha de viver. Queremos justiça!”, declarou.




 

Segundo ela, a defesa do atirador, Ruan Nilton da Luz, de 36 anos, alega que o assassinato não teve motivação política. No entanto, a família alega que o crime ocorreu no fim da apuração do pleito, do qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso. “A gente tem áudio dos tiros, foi tudo depois que o Bolsonaro perdeu. Por questão política tirar a vida de um menino cheio de sonhos”, lamentou.
 
Durante os ritos fúnebres, familiares usaram camisas estampda com a foto de Pedro e os dizeres: "Enquanto respirarmos iremos lembrar de você, Pedro Henrique". 
 
 

O crime

Pedro Henrique foi baleado três vezes por Ruan Nilton da Luz, de 36 anos, que entrou na garagem onde o jovem, formado em direito e que trabalhava com entregas e como Uber, celebrava com familiares a vitória de Lula.

Segundo familiares, a motivação do crime foi política. Testemunhas relataram ter ouvido o suspeito gritar "Bolsonaro" na rua, antes do crime. Outro fator que reforça a tese é que Ruan teria postado em seu Instagram, dias antes, que "iria fazer uma desgraça" se Jair Bolsonaro fosse derrotado nas eleições.




 

Ruan tinha licença de CAC e foi preso. Além das duas pistolas 380 utilizadas no crime, o homem possuía um rifle e mais de 500 munições em sua casa. A defesa do suspeito afirmou que ele possui problemas psicológicos, versão contestada pelos familiares da vítima.

Momentos antes de abrir fogo contra a família de Pedro, Ruan havia baleado mãe e filha. Segundo amigos da vítima, a mãe já está em casa e a criança, de apenas 12 anos, segue internada.