Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

Envenenamento de cães de rua deixa moradores indignados

 
Moradores do Sul de Minas estão revoltados com a matança de cães de rua. Os casos foram registrados no distrito do Sertãozinho, zona rural de Borda da Mata, cidade vizinha a Pouso Alegre. A suspeita é de que os animais tenham sido envenenados.




 
 
 
Os primeiros registros foram no mês passado. De lá para cá, foram sete cães e um gato envenenados. Apenas dois cachorros sobreviveram. Os moradores se uniram e fizeram até um enterro coletivo para os animais.
 
A presença dos animais nas ruas do distrito era uma cena comum. A moradora Rafaela Heloísa acredita que os envenenamentos estejam ocorrendo há cerca de um mês. "Eles eram animais dóceis, que não faziam mal a ninguém. E depois do dia 16 junho só foi piorando, quase todos os dias havia animais envenenados", conta a secretária.
 
Um dos cães enterrados pelos moradores foi parcialmente desenterrado por outros animais. No dia seguinte, urubus foram encontrados mortos no local. A suspeita é de que as aves tenham sido envenenadas também.




 
Ainda de acordo com os moradores, os cães e o gato que tiveram os mesmos sintomas morreram da mesma forma. Por isso, a suspeita de envenenamento. As cadelas Júlia e Lua são as únicas sobreviventes nesta semana.
 
Veterinários consultados ouvidos pela reportagem confirmaram a suspeita de envenenamento. Os moradores organizaram uma rifa para coseguir dinheiro para pagar os custos dos tratamentos para os cães encontrados doentes, devido a suspeita de terem ingerido veneno.
 

Caso já denunciado na polícia e no Ministério Público

Os moradores registraram boletim de ocorrência por conta da matança dos animais e denunciaram o caso ao Ministério Público. Jurandir de Matos, que tem casa no distrito, mas é servidor da Polícia Civil paulista, reuniu provas para ajudar nas investigações.




 
"Para minha surpresa, a gente conseguiu localizar no campo de futebol uma sacolinha plástica com carne dentro e em volta da carne tinha um líquido branco". O material foi recolhido e enviado para análise. "Eu trouxe aqui para a delegacia de Paulínia com todos os cuidados, congelei a carne e já encaminhei para o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. Estou aguardando o laudo chegar para saber que tipo de veneno estava naquela carne", afirma o morador.
 

"É horrível, cruel, desumana essa situação no distrito. Espero que a justiça seja feita e que uma providência seja tomada, pois os animais não mereciam morrer dessa forma tão cruel", desabafa Rafaela. "Os envenenamentos continuam. Essa semana deram para mais dois animais. Um, infelizmente, faleceu e a outra conseguimos salvar."

 

Para quem quiser fazer alguma denúncia sobre o caso, basta ligar para 181 (Disque Denúncia) ou para o 190, da Polícia Militar. A ligação pode ser feita de forma anônima. (Nayara Andery/ Especial para o EM.)