Jornal Estado de Minas

DEFESA DOS ANIMAIS

Gatos que vivem no Colégio Estadual Central são ameaçados de envenenamento

Doze gatos que vivem no Colégio Estadual Central, no bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH, foram ameaçados de morte por envenenamento. Uma ex-professora da instituição de ensino denunciou o caso para entidades de proteção animal e parlamentares ligados à causa, por medo de que o funcionário dê chumbinho aos gatos. 






Há 12 anos, um grupo de professores decidiu cuidar de gatos que apareceram no colégio. Foram instalados comedouros e potes de água para alimentação dos animais. 


“Durante esses 12 anos de cuidado com os animais, há problemas sempre que muda a secretaria. Mas ninguém nunca impediu a alimentação", afirmou a ex-professora de química, Lenise Motta. 


Porém, segundo ela, um professor afastado da sala de aula destruiu os abrigos dos comedouros e ameaçou colocar chumbinho para matar os animais. Atualmente, ele trabalha na cantina e alega que os gatos atraem ratos para o local. “É o contrário. Os gatos eliminam os ratos, além de baratas e lagartixas”, explicou. 


Após a ameaça, Lenise decidiu procurar ajuda com entidades de defesa dos animais e foi orientada a fazer um boletim de ocorrência. A ex-professora, no entanto, considera a atitude radical e prefere tentar resolver com diálogo. “Mas, se não tiver outro jeito, vou fazer (boletim de ocorrência). Não podemos mais tolerar a intolerância”, comentou. 





 

Orientação

 


A presidente do Movimento de Defesa dos Direitos dos Animais (MMDA), Adriana Araújo, disse que foi procurada pela Proteção Animal em Defesa dos Gatos depois da ameaça de envenenamento.


Segundo Adriana, o combinado era ir ao colégio para tentar conversar com a diretoria a respeito da situação. “Orientar que a ameaça é crime, além de buscar a castração dos animais. Se possível, ainda, fazer uma campanha interna de adoção pelos próprios alunos”, destacou, 


Na semana passada, uma equipe do vereador Miltinho (PDT) esteve no colégio para verificar a situação. O coordenador da instituição informou que a retirada das vasilhas de alimentação dos gatos foi uma ordem da inspetoria da Secretaria de Educação. 


A equipe do vereador relatou ao coordenador a respeito da lei dos maus tratos e também a do direito de alimentar animais comunitários em espaços públicos. Uma palestra à comunidade do colégio deve ser agendada. 

 

Promessa

 


O coordenador se comprometeu a recolocar um ponto de alimentação para os gatos em outro local, distante da cantina. Ainda de acordo com Lenise, o inspetor que deu a ordem de retirada já entendeu a situação e permitiu que os gatos continuem na escola. 


A direção do Colégio Estadual Central foi procurada pela reportagem do Estado de Minas para explicar qual a situação dos gatos dentro da instituição de ensino e que medidas tem tomado para preservar a integridade dos animais. Porém, ainda não obteve resposta.