Jornal Estado de Minas

AÇÃO MOVIDA PELO MP

Filho que mandou matar pai a tiros em Minas pode perder direito à herança

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma ação de exclusão de herdeiro por indignidade contra Matheus Andrade Gonçalves, de 28 anos. Apontado como o mandante do homicídio duplamente qualificado do próprio pai,  o filho foi condenado a 20 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Ipatinga, no Vale do Aço, na semana passada.




 
Conforme a denúncia, oferecida pela 11ª Promotoria de Justiça da cidade do interior mineiro, o aposentado Evenilson Gonçalves, de 48 anos, morreu na porta de casa, executado com três tiros na cabeça.
 
O crime ocorreu em 2018, no Bairro Bom Retiro, e foi motivado pelo interesse do sentenciado nos bens que a vítima deixaria. Matheus, que já estava preso preventivamente, não poderá recorrer em liberdade.
 
Agora, em um novo capítulo, o Ministério Público mineiro informou nessa sexta-feira (26/11) que requereu à Justiça uma declaração de indignidade do filho. Com isso, a expectativa é que ele tenha seu direito sucessório à herança anulado.




 
O Ministério Público também relata que “a irmã adolescente do condenado sofreu grande abalo pelo assassinato do pai ter sido praticado pelo próprio irmão e, além disso, com frieza e crueldade”. Para a promotoria, a situação deixa danos irreparáveis.
 
Por fim, o MPMG também esclareceu que a Defensoria Pública foi intimada para tomar conhecimento dos fatos e, caso necessário, “intervir pela proteção integral e curadora dos interesses da adolescente, irmã do condenado”.
 
O dia do crime
 
No dia 27 julho de 2018, no Bairro Bom Retiro, em Ipatinga, três homens, a mando do filho da vítima, foram para a porta da residência onde morava o aposentado Evenilson Gonçalves, de 48 anos. Inicialmente, dois dos autores desembarcaram do veículo em que estavam para vigiar o alvo.
 
No momento em que o homem ia guardar o carro na garagem do imóvel, ele foi surpreendido por um dos autores, que iniciou os disparos. Além dos três tiros que atingiram a cabeça de Evenilson, outros quatro acertaram as pernas e a mão dele.
 
Na sequência, todos fugiram. O veículo usado na ação criminosa pertencia a um homem de 37 anos que foi inocentado. Conforme a Justiça, ele sabia do plano de homicídio em curso, mas não teve participação direta.
 
Os outros três acusados ainda irão a julgamento.




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