Jornal Estado de Minas

TEMPORADA DE CHUVAS

Defesa Civil sobre chuvas em BH: 'Riscos geológicos estão dentro das casas'


Belo Horizonte vive mais um período de risco geológico em função das chuvas. Segundo o alerta emitido pela Defesa Civil da capital, a possibilidade de desabamentos de muro, deslizamentos e saturação do solo será grande nas próximas 48 horas, válido até domingo. 




 
 
Até o momento, pelo menos 1,5 mil moradias estão sob risco real de queda, segundo levantamento feito pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). Neste período chuvoso, que começou em outubro, a Defesa Civil certifica que já ocorreram 13 desabamentos parciais de muros, além de oito desabamentos totais.

O subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Valdir Vieira, prevê que as maiores áreas de risco são justamente as vilas e favelas. Algumas áreas sujeitas a inundações são a Avenida Tereza Cristina, Avenida Prudente de Moraes, Avenida Vilarinho, Avenida Bernardo Vasconcelos, Córrego Santa Inês, entre outros. Vieira falou com o Estado de Minas sobre os cuidados neste período de chuvas, que vai até março do ano que vem.

A que se deve o alerta de risco geológico que a Defesa Civil emitiu?

Temos duas naturezas de riscos importantes em Belo Horizonte. A primeira é o risco hidrológico, relacionado às chuvas, que vêm muitas vezes em formas de pancadas na cidade, principalmente nos fins de tarde, além de alagamentos e inundações. Outra natureza de risco importante são os riscos geológicos, relacionado ao encharcamento do solo e o aumento do peso sobre as estruturas e encostas, que provocam quedas de muros, desabamentos.



Os riscos geológicos nos preocupam, porque eles, muitas vezes, estão no interior das residências, onde a atenção das pessoas é fundamental para identificar anormalidades ou sinal de que as estruturas não suportam o peso. E isso é mostrado por meio de trincas, inclinações e arreamentos de líquidos, terra e barro de dentro das estruturas, rachaduras no solo e inclinações em árvores e barulhos que não são comuns. 

Quais os principais cuidados no período?

É importante que as pessoas estejam atentas às manifestações patológicas e não permaneçam próximo dessas estruturas. Se a pessoa perceber anormalidade em algum muro, alguma estrutura dentro das casas, o ideal é procurar uma avaliação de um profissional especializado. A Defesa Civil está de plantão 24 horas por dia, por meio do número 199. E se houver ocorrência de desastre, o número indicado é do Corpo de Bombeiros, que tem equipes para ações de resgate e salvamento. O Samu também pode ser acessado para o transporte de pessoas feridas.  

Como será a mobilização da equipe de trabalho nesse período?

A mobilização não é apenas da Defesa Civil, da subsecretaria. Ela envolve todo o sistema municipal de proteção. Isso envolve todas as estruturas da prefeitura, começando aqui na Defesa Civil, no centro de operações, das equipes da BHTrans, Guarda Municipal, Sudecap, Urbel e SLU, porque as chuvas afetam toda a rotina da cidade, inclusive os serviços essenciais.

É uma preparação muito intensa das estruturas da prefeitura. Temos um reunião que envolve um grupo gestor de riscos ou desastre, justamente para uma preparação e resposta adequada em eventos que possam causar danos na cidade.

Qual é a previsão do fim desse período de risco?

Em nossa região, o período chuvoso começa em 1º de outubro e se estende por seis meses. Os meses com maior quantidade de chuvas são justamente em dezembro e janeiro, embora ela tenha vindo mais cedo agora. Percebemos na cidade uma chuva que cai de forma fraca e persistente diariamente, mas podemos ter pancadas maiores nos fins de tarde. É importante que todos estejam atentos e que participem desse esforço de garantir a segurança.




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