Jornal Estado de Minas

COVID-19 EM CAPELINHA

2 em cada 10 moradores de cidade mineira não tomam a 2ª dose da vacina

Um dado no interior de Minas preocupa autoridades em saúde. Em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, a cada dez moradores vacinados com a primeira dose, dois abandonam o ciclo antes do fim: ou seja, ignoram a aplicação complementar. A cidade, de 38 mil habitantes, emitiu um alerta e apela à consciência sobre o tema.




 
Até agora, 1.800 "sumidos" não compareceram para tomar a segunda dose das vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Coronavac. O número em si parece pequeno, mas ao analisar que a cidade poderia ter 10 mil habitantes (pouco mais de 25% da população que pode ser vacinada) já com o ciclo de imunização completo, a situação ganha uma outra proporção.
 
O vice-prefeito, Aléquison Gomes (PSC), exemplificou a baixa procura. No dia 26 de agosto, a expectativa era imunizar 580 pessoas. Apenas 112 foram aos pontos de vacinação.
 
"Isso é ruim no ponto de vista da saúde, claro, mas também atrapalha o andamento da cidade como um todo. As equipes de saúde estão voltadas à vacinação, enquanto os demais atendimentos seguem em segundo plano. Se as segundas doses já fossem aplicadas, poderíamos acelerar na vacinação por idade, por exemplo", justifica.
 
Capelinha começou a imunizar jovens com 23 anos, enquanto outras cidades da região já estão imunizando a última faixa etária da população adulta: pessoas com 18 anos. 
 
Segundo o Vacinômetro do governo estadual, acessado nesta terça-feira (31/8), 21.994 pessoas tomaram a primeira dose (cobertura vacinal de 74,8% para pessoas acima de 18 anos) no município do Vale do Jequitinhonha, e 8.287 a segunda dose (o número poderia ser 10 mil, por exemplo). Outros 1.261 tomaram a vacina de dose única.




Quem são os faltosos?

O levantamento feito pela secretaria de Saúde mostra que são pessoas entre 35 e 40 anos e pacientes com doenças crônicas que mais deixaram de tomar a vacina.
 
Mas até mesmo para a primeira dose os números não são exatamente positivos. O Vacinômetro aponta que, das 3.236 pessoas com doenças crônicas que poderiam tomar a vacina em Capelinha, apenas 1.629 compareceram aos postos de vacinação.
 
Não há dados específicos sobre pessoas entre 35 e 40 anos.
 
"Não tomar a vacina é um ato contra a saúde pública. Nós já fizemos levantamento casa em casa, mas não temos condições de ir atrás todo dia dos faltosos. As pessoas precisam ter consciência e procurar as unidades de saúde", completa o vice-prefeito.
 
A coordenadora do Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação (Gamov) da secretaria estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Janaina Fonseca, também engrossa o apelo para que os mineiros não deixem de tomar a segunda dose.
 
"A pessoa só estará imunizada ao completar seu esquema vacinal. É fundamental que todas as pessoas retornem às unidades de saúde para receber a D2. Assim, evitaremos o aumento do número de casos, principalmente os graves, que levam à internação e ao óbito", pede.
 




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