Jornal Estado de Minas

MOTIVO FÚTIL

Homem acusado de matar a irmã por latido de cachorro é julgado em BH

Carlos Andrade Carsalade, acusado de matar a irmã, a perita judicial Julieta Werneck de Andrade Carsalade, está sendo julgado nesta segunda-feira (30/8), pelo II Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, no Barro Preto, Região Centro-Sul da capital. 





 

 


Ele responde por homicídio qualificado pelo feminicídio, com motivação fútil - irritação pelo latido do cachorro de estimação - e recurso que dificultou a defesa da vítima, já que ela foi surpreendida em atitude pacífica e brutalmente executada no interior da própria residência, segundo alegação do Ministério Público (MP).

Três testemunhas foram ouvidas pela manhã: a mãe, uma tia e uma senhora que trabalhava na casa em que os irmãos moravam. 

No momento, a defesa do acusado faz a sustentação para os jurados. 

Carlos, que está preso na Penitenciária Dutra Ladeira desde que se entregou à polícia, confessou o crime e se disse arrependido. De acordo com ele, a intenção era matar o cachorro e não a irmã. 





Briga por causa de latido do cachorro


O crime aconteceu em outubro de 2019, na casa da família, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH. A mãe deles acionou a polícia, depois que o filho chegou alterado.  

Segundo ela, Carlos era usuário de drogas e se irritou com os latidos do cachorro da irmã. 

Ao entrar no apartamento, ele discutiu com a perita porque a cadela de estimação dela o estranhou e começou a latir. 

Em seguida, o homem chutou o animal e começou a bater na irmã, também com chutes e socos. A mulher foi até o banheiro, mas o irmão a seguiu com uma faca e atingiu Julieta com um golpe no peito. Ela caiu no chão e perdeu a consciência.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados, mas a morte da vítima foi confirmada. 

Consta da denúncia do MP que a vítima já havia sido agredida várias vezes pelo irmão, registrado ocorrências e solicitado medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira  

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