Jornal Estado de Minas

AMEAÇA DA VARIANTE DELTA

E a pandemia? Movimento no Hipercentro de BH acende alerta para COVID-19

Com a chegada da variante Delta da COVID-19 a Belo Horizonte, é preciso manter o alerta para controlar a disseminação da doença e evitar repetir o erro do passado com UTIs lotadas e recorde de mortes. No entanto, em direção oposta às recomendações de distanciamento e uso de máscara, o movimento no Hipercentro da capital está cada vez mais voltando ao normal, como antes da pandemia.




 
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A reportagem do Estado de Minas percorreu a região da Praça Sete e  todo o Hipercentro de BH. Foram flagradas pessoas, até  mesmo crianças, circulando nas ruas sem máscara (ou com ela no queixo). Muitas usam “justificativas” para circular sem a proteção, como fumar, comer e beber algo.
 
 

Camelôs da região chegaram a comparar o movimento a como era antes da pandemia do novo coronavírus. Alex Teixeira Tavares, comerciante artesão, trabalha no ponto da Praça Sete há pelo menos seis anos. Ele comemora o reaquecimento da economia, mas ainda ressalta que não está no ideal. “Tem muito movimento, mas a questão das vendas ainda não tá muito boa. As pessoas veem, observam, mas para gastar ainda está difícil”, lamenta.
 
Alex Teixeira Tavares, comerciante artesão, trabalha no ponto da Praça Sete há pelo menos seis anos e notou o movimento maior (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
 

Esse é o mesmo caso na Região da Galeria do Ouvidor, Rua São Paulo, onde a circulação de pessoas é ainda maior, porém lojistas alertam que os estabelecimentos ficam vazios todo o dia e poucas compras são efetuadas. Comerciantes ao lado da galeria, porém, comemoraram o reaquecimento das vendas.





É possível reparar também que, após a reabertura da cidade, o movimento de veículos cresceu nas últimas semanas. Isso se reflete em grande volume no trânsito nos principais corredores da região, como nas avenidas Afonso Pena e Amazonas e ruas São Paulo, Timbiras, Tupinambás, entre outras. 
 
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Devido a todos esses fatores, Belo Horizonte voltou a atingir níveis preocupantes para disseminação do vírus. Tanto que a taxa de transmissão voltou a subir e passou de 0,89 na sexta-feira (13/8) para 0,96 na segunda (16/8) e entrou em nível de alerta na terça (18/8), onde o indicador marca exatamente 1, segundo o boletim epidemiológico da prefeitura. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outras 100. 

Desde 22 de julho, a estatística não estava na zona intermediária. Portanto, a cidade ficou mais de 20 dias no patamar controlado. Essa piora no indicador pode estar ligada ao surgimento da variante delta do novo coronavírus.



“O momento (da pandemia) melhorou um pouco, mas tem uma ameaça grande que é a variante Delta. Ela está rondando com grande possibilidade de difusão, então é momento de muito cuidado ainda”, explica o infectologista Geraldo Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para que novas variantes sejam impedidas de circular e o vírus deixe de causar prejuízos expressivos, a vacinação tem avançado na capital mineira. A expectativa é vacinar todo o público-alvo, ou seja, pessoas acima de 18 anos, até 4 de setembro com a primeira dose dos imunizantes.

Até o momento, BH atingiu 71,5% da população adulta vacinada com a primeira dose e 35,2% com a segunda dose ou com a vacina de dose única, a Janssen. 
 
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A vacinação sozinha, no entanto, não garante 100% de imunidade e as regras básicas que todo brasileiro ouve há pelo menos um ano e meio seguem valendo. Confira:
  • Uso máscara, cobrindo a boca e o nariz;
  • Lavar as mãos ou usar álcool em gel;
  • Evitar aglomerações;
  • Manter o distanciamento;
  • Sempre deixar janelas abertas para circulação do ar em ambientes fechados.





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