Jornal Estado de Minas

'TRABALHO MARAVILHOSO'

Fisioterapia ao ar livre renova forças de internados por COVID em Betim

O número de dias internados varia, mas em comum a todos os pacientes em tratamento no Centro de Cuidados Intensivos para a COVID-19 (Cecovid), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está o medo de não voltar para casa. Uma ação, no entanto, tem conseguido trazer esperança de dias melhores a essas pessoas em recuperação. Diariamente, a equipe de fisioterapia da unidade promove atividades ao ar livre, no terraço do hospital, sob a luz do sol. 





Cecovid está instalado no prédio do futuro Centro Materno-infantil de Betim e as atividades de fisioterapia são realizadas no terraço do hospital. Esse tratamento é diferenciado porque é feito de forma descontraída, em grupo, mantendo os cuidados devidos, mas promovendo um momento de interação entre os internados e profissionais.

Os pacientes em melhor estado de saúde, que não estão mais dependentes de oxigênio (e já não transmitem o coronavírus), são levados ao espaço para realizarem alongamentos, exercícios leves, pequenas caminhadas ou, simplesmente, para tomar um ar e ver o céu.

Geralmente cerca de 20 pessoas participam da atividade. O número varia de acordo com a condição clínica dos internados. Aqueles que não conseguem realizar os movimentos são levados ao terraço apenas para tomar banho de sol.




 

Benefícios 


Segundo a idealizadora da ação, a fisioterapeuta intensivista Alessandra Canêdo, a mudança de “ares” tem dado bons resultados psicológicos. Ela destaca que, além de estimular e alongar os músculos do corpo e ajudar na recuperação respiratória, o tempo passado ao ar livre auxilia psicologicamente os pacientes. 
 
Os exercícios a céu aberto têm animado os pacientes do Cecovid-Betim (foto: Prefeitura de Betim/Divulgação)

“Todos os dias percorremos os leitos e convidamos aqueles pacientes que estão melhor clinicamente para participar da atividade. Ao sair da enfermaria e ir para uma área ao ar livre, os pacientes ficam mais esperançosos na recuperação e se sentem melhor. Tem paciente que fica muito emocionado só de ver novamente o céu. É muito gratificante”, conta a fisioterapeuta.
 

'Trabalho maravilhoso' 

 
Alzerina dos Santos, de 62 anos, participou da atividade pela primeira vez. “Eu saí da cama ontem, não estava conseguindo nem ir até a porta. Acho que isso me ajudou, levantei até mais rápido da cama. Não tem comparação. Eles fazem um trabalho maravilhoso. A atenção, o carinho, isso ajuda muito na recuperação. Tem gente que está aqui há 60 dias”, diz dona Alzerina sobre a experiência de sair do quarto neste período de internação. 

Márcio Fortunato, de 55 anos, também se sente muito bem nas atividades no terraço. Ainda ofegante devido às dificuldades para respirar, ele não perde o momento. “No começo o paciente acha que é só uma brincadeira, mas realmente é uma brincadeira para a saúde que trabalha os movimentos para que possamos andar, sair e conversar direito. Eu fico muito agradecido de participar”. 




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