Jornal Estado de Minas

FERIU CÓDIGO DE ÉTICA

PM mineira apura conduta de Dominguetti em suposto esquema de vacina

Um dos nomes mais comentados no país após denúncia de suposto esquema de propina, Luiz Paulo Dominguetti Pereira entrou também na mira da Polícia Militar de Minas Gerais. O cabo, ouvido nesta quinta-feira (1º/7) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, terá a conduta apurada pela corporação.




 
"Nessa quarta-feira (30/06), a Polícia Militar de Minas Gerais instaurou Relatório de Investigação Preliminar em desfavor do cabo Luiz Paulo Dominguetti Pereira, para apurar possíveis condutas que ferem o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais e o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais", afirma o comando, por nota (leia a íntegra abaixo).
 
Além de se apresentar como representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira é cabo da Polícia Militar em Paraguaçu, que pertence ao 64º Batalhão em Alfenas. O policial mora, inclusive, em Três Corações. Todos os municípios ficam no Sul do estado mineiro.
 
Questionada, a PM mineira não detalha qual tipo de punição Dominguetti pode sofrer ao fim da apuração. Apenas que o código de ética "considera como transgressão disciplinar o militar da ativa que participe de firma comercial ou de empresa industrial de qualquer natureza, ou nelas exerça função ou emprego remunerado".




 

Bronca em jovens

 
Dominguetti já tinha aparecido nos noticiários neste ano em outra ocasião. No fim de março, o policial participou de uma operação na zona rural de Paraguaçu com o objetivo de interromper uma festa, em plena pandemia, com centenas de jovens aglomerados e sem máscara.
 
Em um dos vídeos divulgados, o cabo da PM mineira aparece questionando os infratores. “Saíram de outra cidade para aglomerar no nosso município. Sabendo dos riscos? Com 3.500 mortes por dia. Sem vaga no hospital. Sem remédio. Sem vacina, sem nada. Achando que todo mundo aqui é imune?”.
 
Antes, dá uma dura em um rapaz que tentou interrompê-lo. "Silêncio! Não falei com o senhor, mantenha o silêncio". Assista:  
 
 
 

Denúncia de propina

 
Apesar das imagens ter repercutido especialmente no Sul de Minas, Dominguetti ganhou projeção nacional nessa terça-feira (29/6), após denunciar à Folha de S.Paulo suposto esquema de propina, no Ministério da Saúde, na compra de vacinas. O cabo se apresenta como representante da Davati Medical Supply, e afirma ter recebido um pedido de propina por parte de pessoas ligadas ao governo federal para venda da vacina contra a COVID-19 produzida pela AstraZeneca.





Dominguetti disse que o diretor de Logística do Ministério, Roberto Ferreira Dias, cobrou propina durante um jantar. "O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa", disse. Nesta quinta-feira (1º/7), o policial militar mineiro está sendo ouvido na CPI da COVID. 
 

Nota da Polícia Militar na íntegra: 

 
"Nessa quarta-feira (30/06), a Polícia Militar de Minas Gerais instaurou Relatório de Investigação Preliminar em desfavor do cabo Luiz Paulo Dominguetti Pereira, para apurar possíveis condutas que ferem o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais e o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais. Cabe destacar que a Lei 14310/2002, que dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais, considera como transgressão disciplinar o militar da ativa que participe de firma comercial ou de empresa industrial de qualquer natureza, ou nelas exerça função ou emprego remunerado".
 

audima