Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Onda Roxa: Toque de recolher começa nesta quarta (17/3) em BH

As novas medidas para frear o avanço do novo coronavírus em Belo Horizonte começam nesta quarta-feira (17/3). A Polícia Militar já começa a fiscalizar as ruas da capital após a implantação do toque de recolher, que valerá de 20h às 5h, quando somente pessoas dos serviços essenciais podem circular pelas ruas.





As novas regras fazem parte da Onda Roxa, do programa "Minas Consciente" criado pelo governo estadual. O governador Romeu Zema (Novo), tornou a medida obrigatória para todo estado após os números da COVID-19 avançarem em Minas e cidades enfrentarem falta de leitos para pacientes internados com a doença.
 
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E para que as medidas sejam respeitadas, a Polícia Militar vai estar nas ruas para fiscalizar. A capitão Layla Brunella, chefe da assessoria de imprensa da PMMG, deu detalhes de como será o trabalho da corporação em Belo Horizonte. Segundo a militar, a partir desta quarta, haverá reforço no policiamento a partir do fim da tarde até o início da manhã do dia seguinte para garantir o cumprimento de todas as medidas definidas pelo decreto estadual.

Quanto ao toque de recolher, ela afirma que haverá uma primeira abordagem educacional. Em caso de reincidência, o cidadão pode até mesmo ser conduzido por cometimento de crime contra a saúde pública.





“É preciso deixar claro que não queremos reprimir o trabalhador. Teremos blitz para fazer a abordagem a veículos. O objetivo é principalmente verificar a motivação (do deslocamento). O ideal é que a pessoa tenha alguma documentação para comprovar de imediato”, afirma Layla Brunella. A militar aponta também que a corporação está consciente que os casos de desacato e desobediência podem acontecer com o toque de recolher.
 
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Outra medida que pode resultar nesses casos é a proibição de eventos em espaços públicos ou privados, ainda que com distanciamento social. Para que o efetivo de policiais fiquem cientes das medidas a serem tomadas, a corporação elaborou um memorando. O documento detalha as ações a serem feitas pelos militares durante as duas próximas semanas.

A onda roxa do governo do estado também proíbe a circulação de pessoas sem o uso de máscara de proteção, seja em espaços públicos e privados, que sejam de uso coletivo.





A regra também cita o veto para realização de reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família que não coabitam.

Kalil foi contra medida

A adesão à onda roxa é compulsória. Na última sexta (12/3), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) criticou o toque de recolher decretado por outras cidades da Grande BH.

“É inócuo. Não adianta abrir a cidade toda, como Sabará está fazendo, por exemplo, e amontoar todo mundo de dia, mas fazer toque de recolher durante a noite. Isso é uma brincadeira de péssimo gosto. O que temos que fazer é fechar de dia, pois aí não tem motivo para andar à noite”, afirmou.

Porém, na avaliação do secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, a medida veio em boa hora.

“O governo do Estado tomou medidas duras, mas necessárias para enfrentar a pandemia. Embora um pouco mais tarde do que gostaríamos. Na nossa opinião, já deveriam ter sido tomadas há mais tempo”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas.





Procurada, a PBH informou que já está na "fase mais restritiva de atividades" desde o último dia 6, "com o objetivo de aumentar o isolamento social".

Então, a PBH vai manter o decreto vigente, alterando apenas a necessidade do toque de recolher.
 

Números

Conforme o boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, Belo Horizonte chegou, nesta terça (16/3), a 125.661 diagnósticos confirmados de COVID-19: 2.930 mortes, 6.711 pacientes em acompanhamento e 116.020 recuperados.
 
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Em comparação ao balanço anterior, divulgado nessa segunda (15/3), houve crescimento de 1.679 casos e 28 óbitos.
 
A taxa de uso das unidades de terapia intensiva para pacientes com a virose é de 94,1%, somando as redes SUS e suplementar. Portanto, sobram apenas 43 leitos do tipo em BH. 




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