Jornal Estado de Minas

LESTE DE MINAS

Mãe autoriza interrupção de gravidez da filha, de 10 anos, em Valadares

Uma menina de 10 anos, que está terceiro mês de gestação, foi levada na manhã desta quarta-feira (20/1) ao Hospital Municipal de Governador Valadares para ser submetida a um procedimento médico que vai interromper a gravidez. A criança foi estuprada pelo padrasto e espera um filho dele.





A mãe da menina manifestou o interesse de interromper a gravidez da filha na manhã desta quarta, depois de conversar com a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Adeliana Xavier. 

A delegada disse que aceitou as argumentações da mãe, garantidas no Artigo 128 do Código Penal, que legaliza o procedimento “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.

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Com a orientação da delegada e o embasamento legal, a mãe levou a menina ao hospital, para que a gravidez seja interrompida.





Série de agressões

A gravidez da criança foi descoberta pela mãe, que mora no Bairro Carapina, em Governador Valadares, quando ela percebeu que havia algo errado com a filha, que não havia menstruado no início deste mês.

Ao conversar com a menina, ouviu a triste história, de que ela havia sido estuprada pelo companheiro da mãe e já estava no terceiro mês de gravidez.


 
A mãe, que também está grávida do homem, o chamou e exigiu dele as explicações. A reação foi violenta: ele agrediu fisicamente a mulher, que, revoltada, procurou a Deam para fazer a denúncia.

A delegada Adeliana Xavier, que não pôde fazer a prisão em flagrante do homem, por estupro de vulnerável, por causa do lapso temporal, tentou prendê-lo por ter praticado a agressão contra a companheira, mas os policiais não conseguiram localizá-lo e ele está foragido.





Apesar de ser uma delegada de polícia experiente e conviver com várias situações de violência contra a mulher em sua delegacia, Adeliana Xavier disse ter se sentido "dilacerada" com a história da menina grávida. 

“Eu, como delegada de polícia, vou me virar do avesso para tirar este sujeito de circulação, para que isso não aconteça novamente”, disse, lembrando que é mãe de uma menina de 7 anos e sofre só de imaginar se uma situação semelhante acontecesse com ela e que consegue imaginar o sofrimento da mãe que vive história tão cruel com uma filha. 



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