Com o propósito de participar da ceia de Natal com familiares sem medo de transmitir a COVID-19, muitos belo-horizontinos foram em busca de testes para diagnóstico da doença. Na tarde desta quinta-feira (24), centenas de pessoas foram aos postos da Drogaria Araujo, montados na Avenida Mario Werneck no Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte. Em determinado momento, formaram-se filas para quem quis tirar uma espécie de passaporte para a festa com a família. 

 

A Araújo, por meio da assessoria de imprensa, informou que realiza os testes  RT-PCR (molecular), com coleta de secreção por swab nasal e resultado em até 24 horas; o Ag (antígeno), com resultado em 20 minutos, e o IgM/IgG (anticorpos), com coleta de amostra de sangue resultado em 20 minutos.

 

 

Muita gente busca o teste como uma maneira de se tranquilizar. Os infectologistas, no entanto, alertam para a baixa efetividade desse tipo de teste. "Se o RT-PCR já não é muito confiável, a sorologia muito menos. A mesma só costuma positivar depois de dez dias da doença. Ou seja, pode dar negativo e a pessoa estar infectada é transmitindo", afirmou. O infectologista alerta que o teste não é garantia de segurança. "Por outro lado, se der positivo não ajuda muito pois não se sabe se isso significa alguma proteção. Inclusive existem vários casos de reinfecção com sorologia positiva", conclui.

O infectologista lembra que a sorologia poderia garantir a imunidade, ou seja que a pessoa já teve a doença, mas não há garantia de que ela não possa se reinfectar. 

 

Os números na capital mineira indicam que é preciso manter as medidas de isolamento social nas festas de fim de ano. Os especialistas alertam para os riscos de comemorações entre pessoas de uma mesma família que vivem em casas diferentes. De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, nesta sexta (24), Belo Horizonte totaliza 60.637 casos e 1.834 mortes. O número médio de transmissão por infectado é de 1,04. A ocupação de leitos de UTI está na faixa vermelha, 75%, e a ocupação de leitos de enfermaria, 65%.  

 

Em nota, a Araújo informou que "os testes rápidos são indicados para pessoas que apresentam sintomas, não substituem a consulta médica ou realização de outros exames laboratoriais e servem como indicadores de monitoramento do avanço da doença, o que pode ser considerado um serviço à saúde pública."

 

Ainda pontuou que, para realizar os testes, os clientes devem seguir as orientações de segurança como distanciamento, utilização de máscaras e álcool. "A orientação é que vá sozinho, para evitar aglomerações."

 

A empresa reforçou que os testes disponibilizados são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),  validados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e pelo laboratório I9med.

 

Para todos os tipos de testes são emitidos laudos, em parceria com o Laboratório i9Med, atendendo as exigências da legislação vigente, para que o cliente possa apresentar ao seu médico e seguir o tratamento adequado.

 A empesa informou que mais de 90% das testagens são dos métodos diretos (Ag e RT PCR). A Araújo avalia que "a demanda é por pessoas que têm maior probabilidade de estarem na fase ativa da doença." A empresa defende que " a identificação traz uma importante informação no tratamento precoce e no isolamento." A Araújo reconhece que "qualquer exame para detecção da COVID-19 pode apresentar resultados divergentes e para qualquer definição quanto ao diagnóstico e tratamento devem ser avaliados com o médico, para tomada de decisão."