Jornal Estado de Minas

REABERTURA DO COMÉRCIO

Prefeitura rebate lojistas e defende medidas restritivas enquanto não existir vacina


A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) respondeu à Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) após as entidades voltarem a fazer duras críticas à condução do prefeito Alexandre Kalil (PSD) na gestão da retomada das atividades.





“Destacamos que, enquanto não for disponibilizada uma vacina, a adoção de medidas mais restritivas será necessária para preservar vidas e evitar o colapso assistencial de saúde”, disse a prefeitura, em nota.

O texto diz que a pandemia “se expande de forma exponencial” e não há recursos humanos e materiais suficientes para atender pacientes caso o número de infectados cresça de forma descontrolada em Belo Horizonte, que tem 2,5 milhões de habitantes.

De acordo com a prefeitura, um parâmetro que tem se utilizado pelo mundo é: 20% dos contaminados precisarão de internação e ¼ destes precisarão de UTI. Isso quer dizer que, se a capital tiver 2% da cidade contaminada ao mesmo tempo, haveria uma demanda de 10 mil leitos de enfermaria e de 2,5 mil leitos de UTI.





“Muita gente morreria sem acesso à atenção à saúde. Isso sem falar de todas as demais causas de internação que normalmente já ocupam grande parte dos nossos hospitais”, diz a nota.

Falta de diálogo

As entidades não foram convidadas para participarem do encontro da prefeitura com lojistas dessa quarta (15). Após isso, os representantes da CDL e Abrasel alegaram “falta de diálogo” e cobraram “planejamento sólido” e abertura de novos leitos durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta (16).

A prefeitura debate as afirmações e sustenta que as propostas com os protocolos de funcionamento “foram construídas a partir do diálogo constante e das sugestões enviadas por cada segmento, ajustados de acordo com critérios apontados pela Vigilância Sanitária e pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19, em complementação aos protocolos já vigentes (Portaria SMSA/SUS-BH 0194/2020)”, diz a nota.





Ainda assim, a PBH informou que, caso haja divergências nessas diretrizes, os setores organizados podem reunir as avaliações e enviar à prefeitura para análises de possíveis ajustes e aperfeiçoamentos.

Falta de leitos

Em relação à assistência à saúde, a prefeitura informa que disponibilizou, em julho, 333 leitos destinados aos casos de COVID-19 na Rede SUS-BH – 59 leitos UTIs e 274 leitos de enfermarias.

“Desde o início da pandemia, em março, a ampliação de leitos Covid já foi de mais de 520%, com abertura e remanejamentos”, afirma. Ainda segundo a nota, o SUS-BH conta hoje com 1.462 leitos COVID, somando enfermaria (1.072) e UTI (390). Em março, eram 234: 101 de UTI e 133 de enfermaria.

Reabertura do comércio

A prefeitura reafirmou que acompanha os indicadores que vão determinar se o comércio pode ou não reabrir.

“Quanto às previsões de reabertura, a Prefeitura continuará acompanhando diariamente os indicadores epidemiológicos (índice de transmissão e ocupação de leitos) e, somente quando os números estiverem estáveis, vai propor a retomada.”