Jornal Estado de Minas

Tüv Süd anuncia ex-diretor da Petrobras para conduzir investigações sobre tragédia de Brumadinho


A Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem b1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, anunciou a contratação de um novo executivo para chefiar as investigações da própria empresa a respeito do rompimento da estrutura. Em 25 de janeiro, a barragem auditada pela empresa alemã se rompeu, deixando, provavelmente, mais de 300 mortos, além de grandes impactos ambientais na região.

João Elek foi nomeado o coCEO da unidade brasileira da Tüv Süd nessa segunda-feira. Antes de assumir o cargo, o executivo era Diretor de Governança e Conformidade da Petrobras e membro do comitê especial de investigação independente da empresa.

A partir de agora, a Tüv Süd é comandada por dois executivos. Até então CEO da empresa no Brasil, Marcelo Pacheco passará a dividir a função com Elek. De acordo com a companhia, o novo executivo apenas conduzirá as investigações referentes à Brumadinho, enquanto Pacheco comandará as demais operações. 

Dois funcionários da Tüv Süd chegaram a ser presos por duas vezes. Eles são suspeitos de negligenciar os riscos de rompimento da barragem de Brumadinho. 
Na última prisão, o STJ concedeu habeas corpus aos envolvidos 12 horas depois de serem detidos. 

Eles serão ouvidos nesta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho. Nesta terça-feira, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber autorizou os dois funcionários a ficarem em silêncio durante o depoimento. 

Perfil

Graduado em engenharia elétrica na PUC-Rio, João Elek atua no ramo empresarial há 37 anos. Além da Petrobras, o executivo trabalhou como Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Fibria – empresa produtora de celulose de eucalipto – como Presidente Executivo da AT&T Brasil – telecomunicações –  e como Diretor Financeiro do Citibank Brasil.

Em 2017, o novo coCEO da Tüv Süd foi afastado da Petrobras após sua filha ser contratada por uma consultoria pouco tempo depois de a empresa ter sido escolhida, sem licitação, para fazer a investigação das denúncias recebidas pelo “Canal Denúncia” da petrolífera Brasileira. 

No entanto, ele acabou reconduzido ao cargo depois que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República ter analisado o caso como improcedente.
João Elek saiu da Petrobras no final de abril do ano passado, quando seu mandato se encerrou.

*Estagiário sob supervisão do editor Álvaro Duarte
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