Jornal Estado de Minas

Policial vai a júri popular por morte de jovem dentro de boate em BH


 
Um policial militar acusado de matar um jovem na casa de shows Bailão Sertanejo, em 2013, será julgado por um júri popular. A decisão foi do magistrado sumariante do 1º Tribunal do Júri da capital, Marcelo Rodrigues Fioravante. No dia do crime, o policial Sérgio Caetano da Silva atuava como segurança particular do local e vai responder por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima).

O crime aconteceu no dia 5 de maio, por volta das 4h, em Venda Nova. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), dois amigos da vítima foram agredidos por seguranças da casa noturna após uma briga na plateia. Revoltado com a agressividade, Tiago de Souza Martins, de 23 anos, começou a quebrar a aparelhagem de som e outros equipamentos do local.

Contido, ele foi levado para a área externa da casa de show e agrediu com um soco o segurança (policial militar), que atirou na cabeça da vítima. Ao reconstituir o crime, a Polícia Civil descartou a participação do delegado Gustavo Garcia Assunção, filho do gerente do estabelecimento, que foi inicialmente acusado de ter dado o tiro no rapaz.  

O policial "não colaborou com nenhum ato investigatório, ocultou a arma de fogo e apresentou versão inicial falsa em seu interrogatório policial”, disse o juiz. “Ele sequer prestou socorro à vítima e, ainda, deixou que outro agente público (o delegado Gustavo Assunção) fosse conduzido em flagrante como suposto autor do delito”, argumentou. A defesa do réu teria pedido ainda a desclassificação do delito para homicídio culposo, quando não há intenção de matar. 

O magistrado reconheceu a prova da materialidade e os indícios de autoria do crime.
Com a sentença de pronúncia, a sessão de julgamento no Tribunal do Júri será agendada posteriormente.
 
 
*Estagiária sob supervisão da redação do em.com.br
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