Jornal Estado de Minas

Policial civil está entre os presos de operação contra a pedofilia em Minas

As investigações da Operação Luz na Infância II, deflagrada nessa quinta-feira em todo o país contra a pedofilia, terminou com a prisão de um investigador da Polícia Civil e na apreensão de aparelhos na casa de um policial militar em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. 





A força-tarefa tinha 579 alvos em todo o Brasil e 251 investigados foram presos no país. Em Minas, 68 pessoas estavam na mira dos policiais em 32 cidades.

Em coletiva à imprensa na tarde dessa quinta-feira para repassar os resultados dos trabalhos, o delegado da Polícia Civil em Governador Valadares, Nardio Bento, detalhou a prisão em flagrante do investigador. 
“Foi constatado após análise da equipe de perícia técnica a existência de fotografias de conteúdo proíbido, envolvendo crianças em relação sexual, configurando o crime de pedofilia”, explicou Nardio Bento.

Já na casa do policial militar, conforme a Polícia Civil, não houve prova concreta para que ele fosse preso. “Pela análise circunstancial não foi possível fazer autuação, porque não foi analisado no trabalho do perito que havia esse tipo de conteúdo proibido. Mas o material foi recolhido e encaminhado para a perícia técnica que irá extrair as informações contidas, posteriormente”, salientou o delegado. 




Principal alvo é mineiro 

Alvo número 1 da operação é advogado de 26 anos e foi preso em Uberlândia (foto: Polícia Civil/ Divulgação )
O alvo número 1 entre 579 de todo o Brasil foi localizado e preso em território mineiro durante a Operação Luz na Infância II. O homem, um advogado de 26 anos, foi preso no Triângulo Mineiro. As investigações apontaram que ele é responsável por um fluxo de 750 mil arquivos com pornografia infantil descoberto pelas autoridades e por isso se tornou a pessoa mais procurada da operação.

O material arrecadado pelos policiais civis de 32 cidades mineiras impressionou os agentes, levando alguns a chorar ao telefone quando repassavam o resultado dos trabalhos para o coordenador mineiro da força-tarefa, infornou o coordenador de Operações Policiais da Superintendência de Investigações e Polícia Judiciária e delegado Matheus Cobucci. 

Pelo menos 20 pessoas foram presas em Belo Horizonte e no interior do estado, enquanto o número de detidos chegou a pelo menos 251 no Brasil. 

Os números superam em muito os resultados da primeira fase da operação desencadeada no ano passado. Na ocasião, Minas teve 14 alvos mapeados em BH e outras oito cidades, com nove presos ao fim dos trabalhos.





De acordo com o delegado Matheus Cobucci, o trabalho começou com uma demanda da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que identificou as 579 conexões, das quais 68 em Minas, com fluxo suspeito de arquivos de cunho pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.

A partir daí, a Polícia Civil iniciou as investigações para identificar as pessoas responsáveis por cada conexão e com isso foram descobertos 68 alvos em território mineiro. Eles estão distribuídos em 32 cidades, deixando de fora apenas os vales do Mucuri e Jequitinhonha e o Norte de Minas. Todas as outras nove regiões tiveram cidades incluídas na operação. 

“Isso mostra que esse crime está generalizado em Minas e também no Brasil, já que a operação alcançou 24 estados e o Distrito Federal”, diz o delegado. Matheus Cobucci se refere ao crime descrito pelo artigo 241B do Estatuto da Criança e Adolescente, que penaliza o ato de armazenar cenas em fotos ou vídeos de pornografia envolvendo crianças e adolescentes.

* Sob supervisão da subeditora Jociane Morais