Após ser vítima de atentado, Ana Hickmann tem longo caminho para superar trauma

Apresentadora se recolhe após atentado em BH e, apesar da intenção de manter rotina de contatos com fãs via redes sociais, ainda terá luta para superar o que passou

Valquiria Lopes Pedro Ferreira
Modelo deixa delegacia onde falou sobre ataque, protagonizado por rapaz que a perseguia via internet - Foto: Marcos Vieira/EM/DA Press
Depois de deixar Belo Horizonte, onde foi pivô de um atentado, a apresentadora de TV Ana Hickmann está afastada do trabalho e em repouso, para se recuperar do trauma de ter ficado sob a mira do revólver do fã Rodrigo Augusto de Pádua, de 30 anos, que acabou morto no episódio. De acordo com sua assessoria, a artista vive um momento de reclusão, após ficar sob a mira de um “admirador” que revelava um comportamento obsessivo via redes sociais. “Ela está ao lado de familiares e de pessoas próximas, que possam lhe trazer segurança e carinho que está precisando”, informou a equipe. Apesar de dizer que conservaria a prática de manter contato com seus fãs em seus perfis na internet, especialistas alertam que a apresentadora ainda tem um caminho difícil antes de retomar a rotina, incluindo as postagens e as gravações de seu programa na Rede Record. Ana Hickmann precisará de acompanhamento psicológico para superar as cenas que presenciou – que terminaram inclusive com sua concunhada – e a ameaça de perder a vida no quarto do 9º andar do Hotel Caesar Business, no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul da capital.

Na avaliação do doutor em psicologia Cláudio Paixão Anastácio de Paula, professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG, o isolamento que a artista experimenta neste momento é normal e necessário. “Na psicologia, o trauma é entendido como um mecanismo que garante a sobrevivência e nos prepara para reagir de forma intensa, seja por meio da luta ou da fuga de uma experiência anterior. É como se guardássemos uma memória, um estado permanente de alerta”, explica o professor. Ele afirma ainda que a superação de situações traumáticas pode ocorrer imediatamente, em casos mais simples.
Mas pode também se prolongar por um tempo maior e o episódio pode até mesmo ficar gravado na memória. “Toda a resposta vai depender do histórico de vida da pessoa afetada, da forma como ela lida com as dificuldades, com as emoções e do acompanhamento psicológico que ela terá.”

Sobre o atentado no 9º andar do hotel em que o fã Rodrigo se hospedou para supostamente tentar matar Ana Hickmann, o psicólogo comenta: “Com certeza, ela viveu momentos de terror e presenciou cenas foram muito fortes. Voltar a conviver com seus fãs pode ser um desafio e ela pode manter esse alerta sempre, esse registro na memória, que precisa ser tratado”, avalia. A superação do episódio de estresse, na opinião do especialista, torna-se ainda mais necessária diante da continuidade do relacionamento com os seguidores. “A palavra fã vem do termo fanático. Há casos em que essa relação é saudável,. Mas, nas situações que extrapolam, as pessoas fantasiam relacionamentos e, sem controle, são capazes de atentar contra o próprio ídolo que admiram”, afirma Cláudio. O professor ainda relembra casos de atentados contra famosos e diz que situações como a ocorrida com a modelo no sábado mostram claramente que Rodrigo tinha um distúrbio mental grave. “Ele teve uma atitude de descontrole, que pessoas em condições normais não teriam”, disse.

RECUPERAÇÃO
A assessora e concunhada de Ana, Giovana Alves de Oliveira, baleada no atentado antes de seu marido, Gustavo Henrique Bello, reagir e matar o invasor – permanece internada no CTI do Hospital Biocor, em Nova Lima, Grande BH. Segundo boletim, ela já não apresentava febre, se recuperava bem da cirurgia abdominal e começava a ingerir dieta líquida por via oral. Ela permanece no centro de tratamento intensivo, por causa da gravidade das lesões. “Está se recuperando bem, está acordada, consciente, com pressão arterial normal e sem necessidade de medicação para controle.
Está em uso de antibióticos venosos e não apresenta febre”, diz o texto. 

Anitta também é assediada por fã


A segunda personalidade a se ver às voltas com um admirador obcecado na semana foi a cantora Anitta. Na noite de segunda-feira, um homem invadiu duas vezes o condomínio onde mora a artista, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo nota de sua assessoria, o rapaz começou a gritar por Anitta, se declarando, e depois  passou a xingá-la, com palavras desconexas. Na primeira invasão, foi retirado. Na segunda, foi levado para a delegacia..