Jornal Estado de Minas

ATLETAS TRANS

Mulheres trans não têm vantagem nos esportes, diz estudo canadense

De acordo com o relatório realizado pelo Canadian Centre for Ethics in Sport (CCES), não existem evidências científicas que provem que mulheres transgênero possuem alguma vantagem nos esportes. Segundo a pesquisa, os fatores que determinam o desempenho de um atleta são nutrição e qualidade de treinamento.





Para o relatório, o CCES analisou toda a literatura científica sobre o tema publicada na língua inglesa entre 2011 e 2021. Todos os textos que possuíam comentários que não apresentam investigação empírica ou teórica foram descartados da análise. Além de estudos biomédicos, a pesquisa também considerou elementos sociais.
Concluiu-se a partir das evidências disponíveis que mulheres trans submetidas à supressão da testosterona, realizada por meio da hormonoterapia, não têm vantagens biológicas sobre as mulheres cis no esporte de elite.
 

Transfobia no esporte

Mesmo com a quantidade de evidências que descartam a possibilidade de vantagem, os atletas transgênero, principalmente as mulheres, acabam sendo perseguidas no mundo esportivo. 





Nesta terça-feira (18/4), o Basketball Australia, órgão responsável pelas equipes nacionais australianas, negou um pedido da atleta trans, Lexi Rodgers, para competir profissionalmente. A diretora do órgão, Suzy Batkovic, compartilhou uma declaração transfóbica ao ser questionada sobre a decisão, deixando claro que ela foi tomada para manter os ‘homens’ fora do basquete feminino.
A World Athletics (WA), o órgão dirigente das competições de atletismo e outras corridas, anunciou em março que as mulheres trans que passaram pela puberdade masculina não podem mais competir em eventos femininos em competições internacionais. Apesar das críticas recebidas, a WA manteu sua decisão, mesmo havendo poucas evidências de que fatores relacionados à puberdade, como o tamanho do pulmão e a densidade óssea, garantam qualquer vantagem.

Ainda sobre o relatório, o CCES afirmou que, a partir das análises feitas, é possível afirmar que a política esportiva de elite é feita dentro de normas culturais transmisóginas, misóginas, racistas e geopolíticas.
 
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.