Jornal Estado de Minas

DIREITOS HUMANOS

Sônia Guajajara é indicada a principal prêmio de direitos humanos na Europa



Sônia Guajajara é uma das indicadas ao Prêmio Sakharov, láurea mundial de reconhecimento da luta pelos direitos humanos e liberdade de expressão. Foram indicados também Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, o povo ucraniano e a Comissão Colombiana da Verdade, órgão autônomo do Estado colombiano fundado no final da década de 1940 com o objetivo de investigar as causas do conflito armado no país. 



A indicação de Sônia foi feita pelo bloco ecologista, pelo reconhecimento da atuação na defesa das florestas brasileiras e na luta pelos direitos dos povos indígenas. A deputada europeia Anna Cavazzini afirmou que Guajajara é "inspiradora", e detacou que os povos indígenas estão sob ameaça, especialmente no Brasil.
 
Sônia comemorou a indicação em sua conta no Twitter: “Conquista enorme! Que a nossa luta pelos direitos dos povos indígenas ecoe no mundo!”.

Ativista indígena

Sônia Guajajara é uma líder indígena que percorreu mais de 30 países denunciando violações dos direitos humanos contra povos indígenas do Brasil e a exploração dos biomas brasileiros. Ela foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes pela revista Time na categoria “pioneiros”, em maio deste ano. 

A ativista ganhou visibilidade em 2009, quando foi eleita vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Desde 2013, atua como coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e, em 2019, ajudou a organizar a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, que reuniu mais de 2 mil mulheres de povos de todo o Brasil, movimento que deu origem à Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).




Prêmio Sakharov

Atribuído pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoli Marchenko, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é a mais alta homenagem prestada pela União Europeia ao trabalho em prol dos direitos humanos. A UE ajuda os laureados prestando apoio e capacitação para seguirem com os esforços para defender as respectivas causas.

Além de Nelson Mandela, o prêmio já foi concedido à Malala Yousafzai, Denis Mukwege e Nadia Murad. Ano passado o laureado foi ativista político russo Alexei Navalny, atualmente detido na Rússia.

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