A série BH Instrumental traz a Belo Horizonte o saxofonista, flautista, compositor e arranjador Leo Gandelman, que estará acompanhado de Eduardo Farias (teclados), André Vasconcelos (contrabaixo) e Cassius Theperson (bateria). O show será realizado neste sábado (16/9), a partir das 16h, na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia. 





A abertura ficará a cargo dos grupos mineiros Igara Quarteto, Manassés Morais Quarteto, Pedro Gomes Quinteto e da pianista e cantora Glaw Nader.

Gandelman conta que está “firme e afiado” para se apresentar em BH e tocar na Praça Floriano Peixoto. “Como dizia o Bituca, o artista tem de ir aonde o povo está. Então, o fato de a gente tocar pertinho do público e de uma forma gratuita, acredito ser a situação ideal para qualquer artista. Estou muito contente com essa apresentação na capital mineira. A banda (Eduardo, André e Cassius) já está junta há mais de 10 anos e viajou pelo mundo. É uma verdadeira família.”

O instrumentista revela que o repertório traz algumas músicas de sua carreira que foram pouco exploradas, entre elas “Castelo de areia” (1987). “Vamos tocar 'Caminhante', do álbum 'Solar' (1990), que não toquei ao vivo, e 'Raízes', que é muito importante no meu trabalho e foi do disco 'Made in Rio' (1993). São composições que marcaram a minha carreira. Mas vamos tocar também algumas canções conhecidas da MPB.”




 
Gandelman conta que o quarteto tocará 'Sociedade desconhecida', que gravou no disco “Lounjazz” (2005). “Essa praticamente nunca toquei ao vivo. Acho que a onda de buscar dentro do meu repertório coisas que são pouco conhecidas tem dado um resultado bem legal, tanto para o quarteto quanto para o público.”
 
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O músico não está com o repertório fechado. “Confesso que não tenho tudo escolhido ainda, pois deixamos para escolher na hora, dependendo do clima que a gente sentir, mas tem muita coisa bacana para apresentar, tocar, curtir e aproveitar essa oportunidade que, espero, seja uma noite linda. Tenho viajado muito com esse show, ele está muito legal.”

Sax em tempo integral

O artista carioca comenta que vive um momento interessante de sua vida musical. “Estou voltando a me dedicar inteiramente à carreira de saxofonista e compositor. Então, tenho feito bastante coisas, muita pesquisa, composições... Mas ainda não cheguei a um formato, ainda não tenho, abertamente, alguma proposta. Com certeza, estou aqui plantando todos os dias, mexendo na terra e esperando as sementes brotarem.”





Gandelman afirma que vive uma fase bem criativa, mas ressalta que o mercado mudou muito. “Hoje é um momento completamente diferente, a gente vai tocando e se adaptando à música. Vamos tocando conforme a dança, no caso. Para nós, que compomos, a música toca de acordo com a dança.”

Os planos continuam a todo vapor. “Estou focado em coisas novas no momento, construindo uma situação nova para o ano que vem. Quero vir com composições e lançamentos inéditos. Estou pensando mais dessa forma do que gravar um show desses que venho apresentando”, acrescenta.

Leo acabou de gravar algumas dessas músicas do show na releitura que fez com a orquestra Jazz Sinfônica Cordas, de São Paulo. 

“A gente gravou um programa para a TV Cultura que em breve estará no ar. É interessante que boa parte dessas músicas do show tenha roupagem diferente, com orquestra de cordas, com uma base também mais cheia, com vibrafone, guitarra, baixo...”




 
 

O saxofonista regravou com a orquestra as músicas “Solar” e “Furuvudé”. “Também gravei coisas que, inclusive, não vou tocar nesse show de BH, porque fiz arranjos mais específicos. Gravei 'En la orilla del mundo' (Charlie Haden) e 'Tristeza de nós dois', de Durval Ferreira. Aliás, gravei muita coisa inédita, mas que não apresentarei nesse show de BH.”

O artista se diz feliz em retornar a Belo Horizonte. “Será uma noite que ficará na memória. Quero dizer que durante todos esses anos da minha carreira sempre fui muito bem recebido em BH e tenho carinho muito especial pelo povo mineiro. Tenho muitos amigos na cidade. Eu sei que BH é extremamente musical, sempre entendeu o meu trabalho e o jogou lá pra cima. Então, tocar na capital será um prazer imenso e agradeço à plateia mineira pela musicalidade.”

Outras atrações

A pianista Igara estará acompanhada pelos músicos Lucas Godoy (bateria), Khalil Briki (baixo elétrico) e Thamiris Cunha (clarineta). O repertório traz músicas autorais e arranjos de artistas que inspiraram sua trajetória musical, como Léa Freire, Hermeto Pascoal, Chick Corea e Hercules Gomes.





Em seguida, apresenta-se o Manassés Morais Quarteto com o show “Estrada Real”, trazendo o resumo da história do contrabaixista como instrumentista e compositor.

No repertório, composições de seu projeto autoral, lançado em 2014, com releituras e improvisos. O músico estará acompanhado de Léo Pires (bateria), Luadson Constâncio (piano e teclados) e Harrison Santos (saxofone).

Com o show “Pedro Gomes Quinteto”, o contrabaixista, representante da nova geração da música instrumental mineira e vencedor do Prêmio BDMG Instrumental, em 2021, apresenta composições jazzísticas influenciadas pela cultura afro-brasileira. No repertório, canções autorais interpretadas por Paulo Fróis (bateria), Augusto Cordeiro (guitarra), Breno Mendonça (saxofone) e Evandro Canutto (piano).

SÉRIE BH INSTRUMENTAL

Com Leo Gandelman Quarteto, Igara Quarteto, Manassés Morais Quarteto, Pedro Gomes Quinteto e Glaw Nader. Neste sábado (16/9), a partir das 16h, na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia. Gratuito

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