Não foram só os times da capital que fizeram festa com títulos de acesso. Em 1984, o Uberlândia conquistou o título da Segunda Divisão do Brasileiro, com empate sem gols com o Remo, em jogo que terminou em tragédia, em Belém. Os paraenses invadiram o campo, um torcedor sofreu aneurisma cerebral ao ser retirado por policiais e morreu em campo. Na confusão, dois jogadores do Uberlândia, Batata e Luizinho, foram detidos e passaram a noite presos.
A confusão ocorreu porque o operador do placar eletrônico do Estádio Alacid Nunes – antigo nome do Mangueirão – alterou o tempo real do jogo e, quando o árbitro apitou o fim, aos 46min, o placar mostrava 41min, o que causou a revolta dos torcedores, que invadiram a festa dos mineiros e passaram a hostilizar os atletas. “Foi quando o torcedor Emanuel da Silva, ao ser seguro por um policial, que tentava retirá-lo do gramado, sofreu um aneurisma cerebral e faleceu em campo”, contava o Estado de Minas, de 3/4/1984.
Os clubes do interior voltaram a festejar nesta década. Em 2011, o tradicional Tupi, de Juiz de Fora, conquistou o troféu da Série D do Brasileiro, feito repetido pelo Tombense, também da Zona da Mata, três anos depois. Em 2016, foi a vez de o Boa levantar a taça da Série C, retornando à Segunda Divisão do Brasileiro.
PÁGINAS HISTÓRICAS
Estado de Minas, 23/12/1971
Dupla conquista mineira
Três dias depois de o Atlético vencer o Brasileiro, foi a vez de o Villa Nova dar nova alegria ao torcedor mineiro ao conquistar o título do Campeonato Nacional de Clubes de Primeira Divisão – que na época correspondia ao segundo escalão do futebol brasileiro, sem rebaixamento e promoção, implantado nos anos 1980. Na partida que valeu o título, o Leão de Nova Lima venceu o Remo, campeão do Norte e Nordeste, por 2 a 1, dois gols de Mário. “Depois das comemorações, jogadores e dirigentes seguiram para Nova Lima em carro do Corpo de Bombeiros para receber a homenagem de sua gente. Foi uma festa do futebol mineiro”, destacava o EM.
90 ANOS